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Para acabar com as filas, bancos precisam contratar mais bancários

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No último dia 31, o prefeito do município de São Paulo, José Serra, regulamentou a Lei nº 13.948 (20/1/2005), por meio do Decreto nº 45.939. A regulamentação, no entanto, guarda os mesmos vícios já apontados na lei: não diz quem será “o infrator” multado e, o que é pior, não estabelece nem dá parâmetros que definam o que seja “pessoal suficiente no setor de caixas, para que o atendimento seja feito em prazo hábil, respeitada a dignidade e o tempo do usuário”. Conta, ainda, com o agravante de transferir a responsabilidade de fazer valer a lei para os “usuários” que deverão apresentar denúncia, por escrito e devidamente documentadas, à “subprefeitura em cujo território se localizar o estabelecimento”.

“Os bancários sempre tiveram como uma de suas bandeiras o fim das filas nos bancos e a melhoria na qualidade do atendimento aos clientes. Várias campanhas foram realizadas, com esse intuito, em parceria com entidades de defesa do consumidor. Mas não se pode esquecer que a qualidade do serviço prestado à população está diretamente ligada à quantidade de bancários atuando nas instituições financeiras”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.

Nos últimos vinte anos, o número de trabalhadores bancários caiu pela metade, de 800 mil para 400 mil em todo o país. O número de contas correntes, no entanto, mais que triplicou. O lucro dos dez maiores bancos cresceu de R$ 1,2 bi em 1994 a R$ 15,8 bi em 2004 , enquanto os salários dos bancários aumentaram apenas 138% neste período.

“Sabemos que o setor financeiro pode e deve contratar mais trabalhadores para prestar melhores serviços à população que paga caro pelo atendimento bancário. A abertura das agências em horário comercial, com dois turnos de trabalho, geraria de imediato 161 mil novos empregos e, isso sim, contribuiria de forma efetiva para o fim das filas”, destaca Marcolino.

“O que não pode acontecer é que os trabalhadores sejam penalizados por uma lei que estabelece tempo limite para o atendimento. Os bancários já vivem extremamente pressionados, pertencem a uma categoria que sofre com doenças ocupacionais que resultam desse tipo de cobrança e não vamos admitir que essa lei seja mais uma forma de pressão para cumprimento de metas”, completa o dirigente.
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