São Paulo – Para impedir os trabalhadores de exercerem seu legítimo direito à greve, a rede de informática e papelaria Kalunga apelou para cárcere privado. Tentando evitar a paralisação, a empresa fechou os portões de seu centro de distribuição na segunda-feira 17. Além disso, tentou obrigar os funcionários a cumprir 12 horas de jornada.
Mas nenhuma das medidas surtiu efeito e, segundo Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região (Secor), 100% dos funcionários da distribuição – localizada em Barueri, na Grande São Paulo – aderiram à greve, que entrou em seu terceiro dia na quarta-feira 19.
Para libertar os trabalhadores, o Secor, acionou a Polícia Civil e o Ministério Público do Trabalho.
Os trabalhadores reivindicam participação nos lucros e resultados (PLR), prevista na Lei 10.101/2000 e a Kalunga se mostra irredutível. De acordo com o Secor, a negociação já dura cinco anos, tomando proporções maiores em maio deste ano. No dia 6 de junho, em negociação intermediada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os representantes da empresa alegaram que não reconhecem na lei a obrigatoriedade do pagamento.
Em notícia divulgada no site do Secor, o presidente da entidade, José Pereira Neto, afirmou que a falta de abertura para o diálogo levou à greve na Kalunga. “O Secor tentou realizar a negociação de maneira amigável, mas a Kalunga adotou uma postura de desrespeito com seus funcionários. Continuaremos a paralisação até que a empresa abra as portas para a negociação”.
Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), os grevistas também reivindicam a adequação no benefício da cesta básica porque, atualmente, o valor é de R$ 30 e, desses, R$ 29 são descontados em folha.
Os trabalhadores também denunciam a precariedade do trabalho no Centro de Distribuição, setor responsável pela entrega de produtos comprados virtualmente. Eles afirmam que são obrigados diariamente a carregar peso excessivo e enfrentam jornada extenuante.
Em entrevista à CUT São Paulo, Luciano Rodrigues, vice-presidente do Secor, explicou que a entidade já deu início ao ajuizamento do processo de greve que conta, inclusive, com apoio e solidariedade de sindicatos de outras categorias na região. A previsão é de que o movimento prossiga nos próximos dias e paralise as atividades em outros centros de distribuição.
Redação, com informações da CUT e Secor - 21/6/2013
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Sindicato dos Comerciários de Osasco teve de chamar Polícia Civil e MPT para soltar funcionários. Paralisados desde segunda-feira, reivindicam PLR e melhores condições de trabalho
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