São Paulo – A posse dos delegados sindicais do Banco do Brasil ocorre na quinta-feira 26, na sede do Sindicato (Rua São Bento 413, Centro), das 10h às 17h. Na ocasião também serão discutidas estratégias para a Campanha Nacional Unificada 2014.
O delegado sindical é responsável pela organização dos trabalhadores nas concentrações e agências bancárias. “Ele é a referência no local para conscientizar os trabalhadores a se apropriarem de seus direitos e atuarem junto ao Sindicato na manutenção e ampliação das conquistas e de melhores condições de trabalho, bem como para incentivar a sindicalização”, explica o dirigente sindical e funcionário do BB João Fukunaga.
Nos bancos públicos, em especial no BB e na Caixa, os delegados sindicais são eleitos desde a década de 1980. Já nos bancos privados, esse direito ainda não é uma realidade, embora conste há vários anos na pauta de reivindicações da categoria bancária.
Fruto da mobilização dos trabalhadores, os delegados sindicais são reconhecidos pelas empresas e possuem direitos para garantir uma atuação eficaz, livre da pressão e perseguição dos chefes. Tais garantias são estabilidade no emprego de um ano durante o mandato e mais um ano após o término. Além disso, só podem ser transferidos por sua solicitação ou mediante sua concordância.
No final dos anos 1990, no entanto, a conquista dos delegados sindicais esteve sob ameaça. No BB era comum o delegado sindical sofrer perseguições de maneira velada. Na Caixa os ataques foram ainda mais destrutivos, pois no ano 2000 as negociações chegaram a um impasse total, não sendo possível a assinatura de acordo coletivo e, por isso, os delegados sindicais deixaram de ser reconhecidos e perderam as garantias.
Porém, como parte do processo de resistência às investidas do governo Fernando Henrique Cardoso contra as empresas estatais e a organização de seus trabalhadores, as entidades sindicais e os empregados de base da Caixa e do BB mantiveram as eleições e a representação dos delegados sindicais, mesmo sob ameaças de retaliações.
“Em 2003, já sob uma nova conjuntura política e com o resgate da interlocução com os representantes dos trabalhadores nos bancos públicos, dentre os vários direitos conquistados com a greve daquele ano foi resgatado o de seus sindicatos elegerem um delegado sindical para cada 80 trabalhadores”, explica o dirigente sindical e funcionário do Banco do Brasil Ernesto Izumi, acrescentando que cabe aos sindicatos a normatização e a coordenação do processo.
Redação – 24/6/2014
