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Jornada contra demissões vai aos Casa 1 e 3

Linha fina
Trabalhadores do Santander estão mobilizados internacionalmente contra eliminação de quase 5 mil postos de trabalho no Brasil desde março de 2013
Imagem Destaque

São Paulo – A campanha internacional contra as demissões no Santander entrou no seu segundo dia na segunda-feira 30 conscientizando os trabalhadores das concentrações Casa1 e Casa 3 sobre a política de gestão adotada pelo banco, focada no corte de custos principalmente por meio das demissões.

> Fotos: galeria da mobilização

Apesar do lucro de R$ 1,428 bilhão no primeiro trimestre de 2014, o banco espanhol eliminou 4.833 empregos entre março de 2013 e março de 2014, sendo 970 nos primeiros três meses do ano.

“Isso não é uma simples rotatividade, é corte postos de trabalho, o que é injustificável tendo em vista que a unidade brasileira representa cerca de 20% do lucro global do banco”, afirma o dirigente sindical Roberto Paulino.

Para ele, a visão empresarial adotada pelo Santander leva à alta remuneração dos altos executivos do banco que pode chegar a R$ 465 mil por mês, ou R$ 5,5 milhões ao ano. “Enquanto paga bônus vultosos aos executivos, os bancários recebem um dos menores salários da categoria e ainda sofrem com a sobrecarga de trabalho, o assédio moral, as metas abusivas, o adoecimento e a ameaça de demissão.”

Por meio da campanha, o movimento sindical pretende que o presidente do Santander Brasil, Jesus Zabalza, aceite negociar o fim das demissões. Zabalza, no entanto, ainda não marcou uma reunião com as entidades sindicais, após quatro cartas encaminhadas.

Em resposta enviada no dia 6 de junho, ele disse que “em função de compromissos já assumidos, inclusive fora do país e que me impossibilitam de recebê-los com a urgência requerida, solicitarei à Vice-Presidência Executiva Sênior que viabilize uma agenda futura para que a reunião ocorra oportunamente”.

Passadas três semanas, Zabalza permanece em silêncio, mas se encontra no Brasil, tendo inaugurado no dia 23 de junho o novo data-center do Santander em Campinas.

Virtual – Além de manifestações e protestos, a campanha também está nas redes sociais (Twitter, Facebook, Instagram), onde estão sendo usadas duas hashtags: #SantanderBastadeDemissões e #SantanderBastadeDespidosEnBrasil. A primeira evidencia as mobilizações no Brasil e a segunda, no mundo.

Solidariedade internacional – A campanha foi delineada pela Rede Sindical do Santander, na 10ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, realizada nos dia 5 e 6 de junho, em Lima, capital do Peru.

A reunião foi promovida pela UNI Américas Finanças e Comitê de Finanças da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS), com o apoio de sindicatos peruanos. Estiveram presentes dirigentes sindicais do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e México, além de representantes das Comisiones Obreras (CCOO) e da UGT, as duas principais centrais sindicais da Espanha.

“Os bancos atuam globalmente, por isso nós trabalhadores temos de responder à altura, também nos organizando internacionalmente”, avalia o dirigente sindical Roberto Paulino. “Os bancários do Santander em diversos países do mundo estão mobilizados contra as milhares de demissões de pais e mães de famílias brasileiros, e a luta vai continuar e crescer até que o senhor Jesus Zabalza aceite negociar o fim dos cortes de postos de trabalho”, completa o dirigente.


Rodolfo Wrolli – 30/6/2014
 

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