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"Vendedores iguais aos da Casas Bahia"

Linha fina
No Santander, horário reduzido das agências na Copa é desculpa para aumento da pressão por venda de seguros antes do fim do mês
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São Paulo – O Sindicato reivindicou, mas o Santander não voltou atrás no prazo para o cumprimento da meta mensal relativa à venda de seguros, estabelecida para antes da Copa pela superintendência da Rede SP Sul. O banco deu só até o dia 11 para os gerentes cumprirem o montante do mês todo.

A fim de pressionar, há denúncias de que o superintendente está dizendo aos gerentes, por áudio conferência, que os bancários são “vendedores iguais aos da Casas Bahia” – e que “atendimento a clientes, desbloqueio de cartão e problemas de clientes fazem parte da rotina e não paga nosso salário”, conta um bancário.

Abusivas – “Não existe mais meta de 30 dias e sim para a primeira quinzena ou antes. Todos os meses estão sendo assim”, relata um funcionário.

Depois de cumpridas as próprias vendas, os empregados ainda são obrigados a cobrir as das outras agências.

“Estamos sendo pressionados mais do que o habitual, pelo fato de que quem conseguir bater sua meta no prazo estipulado ainda tem de se comprometer a fazer mais para suprir o valor de outras agências e dos gerentes que não conseguiram bater”, descreve.

“As metas abusivas, impossíveis de ser cumpridas, na prática significam assédio moral, que deixam os trabalhadores estressados e doentes”, analisa a diretora do Sindicato Carmen Meireles.

A cobrança e o assédio praticados na Rede SP Sul foram denunciados outras vezes.

> Rede Sul do Santander quer meta mensal em 11 dias

"As cobranças são absurdas, chegando ao ponto de o gerente-geral sentar-se ao lado dos gerentes de contas e acompanhá-los na venda; sem falar na cobrança dos gerentes regionais em cima dos gerentes-gerais. Ligam várias vezes ao dia para saberem como andam as vendas”, conta o dirigente Wagner Cabanal, sobre desabafo de um gerente-geral ao telefone.

Assédio moral – Outra acusação séria é que os trabalhadores estão expostos em um tipo de ranking de vendas, que torna pública suas performances. A dirigente sindical lembra que a prática vai contra a Convenção Coletiva.

“Há uma afronta à CCT da categoria, que diz claramente que ‘Os bancos não exporão, publicamente, o ranking individual de seus empregados e é vedada a cobrança de cumprimento de resultados por torpedos (SMS), pelo gestor, no telefone particular do empregado’. Isso não pode acontecer", esclarece Carmen.

Dirigentes sindicais entraram em contato com o Santander para reivindicar revisão da meta, mas, até o fechamento deste texto no final da tarde de segunda 9, não houvera manifestação da instituição.

Os trabalhadores também reivindicam uma negociação direta com o presidente do Santander, Jesús Zabalza, sobre uma pauta geral, contra demissões, assédio moral e aumento de tarifas.

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Mariana Castro Alves – 9/6/2014

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