São Paulo - Na audiência de mediação no Ministério Público do Trabalho de sexta 9, a direção do Banco do Brasil voltou a deixar de apresentar aos funcionários e ao próprio MPT dados detalhados sobre o processo de desmonte, travestido de reestruturação, promovido pelo banco. Os representantes da instituição financeira também reafirmaram que não vão prorrogar a Vantagem em Caráter Pessoal (VCP), prejudicando mais de 3 mil trabalhadores que perderam cargos ou foram realocados em cargos com salário inferior.
Os funcionários do Banco do Brasil, representados por entidades sindicais, e o Ministério Público do Trabalho cobram o fornecimento de dados por cargos e Estado dos trabalhadores que perderam a comissão. Como a direção do BB insistem em não entregar, o MPT sugere que as entidades ingressem com ação na Justiça. Na audiência, a sexta sobre o caso, os funcionários reafirmaram que desde a primeira reunião exigem a VCP permanente.
“Os sindicatos apresentaram o problema dos caixas substitutos que continuam sem nomeação mesmo atuando diariamente há meses, chegando a mais de ano na função. Houve crítica em relação a essa situação uma vez que o BB não cria a vaga de caixa e afirma que não nomeia porque não tem vaga, sendo que o banco é que tem a prerrogativa de criar a respectiva vaga”, explicou Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), de acordo com matéria da Contraf-CUT.
Adiantamento para endividados - Outro ponto levado foi a dificuldade de acesso ao adiantamento salarial que têm tido os funcionários endividados por conta da reestruturação. A medida tem regras muito complexas e foi apresentado pedido de revisão e adequação.
Sobrecarga - Também foi cobrada da direção do Banco do Brasil atenção às agências que recebem funcionários de unidades fechadas pelo desomonte. O processo deteriorou ainda mais as condições de trabalho, prejudicando o atingimento das metas e avaliação dos trabalhadores. O BB se comprometeu a visitar os locais, com equipes específicas, para avaliar medidas no sentido de melhorar o atendimento.
A reativação da função de gerentes de negócio foi outro ponto reivindicado, já que a falta do cargo gera desvio de função em cadeia, dos gerentes de negócio para os gerentes de serviço e, destes, aos supervisores de atendimento.
Para Wagner Nascimento, o resultado das audiências de mediação até o momento, mostram que o banco sempre pregava que tudo ia dar certo no final, e não deu. “Mais 2 mil descomissionados e mais de mil realocados com perda salarial mostra o número cruel de redução de renda que chaga até 70% em centenas de casos. É uma grande irresponsabilidade com a vida das pessoas e nosso papel é lutar para proteger os funcionários e suas famílias. Insistiremos no processo de negociação e sensibilização do banco. Mas, no que não for possível negociar, buscaremos a defesa dos funcionários inclusive na esfera judicial”, explicou.
O Ministério Público designou uma nova audiência para o dia 20 de julho.