O primeiro painel do 29º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil norteou as discussões, realizadas na tarde de quinta-feira 7, com a análise da conjuntura nacional e dos ataques aos bancários de bancos públicos.
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O presidente da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal), Jair Pedro Ferreira, explicou que os bancos públicos são importantes para o desenvolvimento do país e que as empresas carecem de financiamento a longo prazo. “O papel do Estado é permitir o financiamento e as oportunidades, o que não acontecerá caso os bancos sejam privatizados. Só é possível criar oportunidades se houver empresas públicas e bancos públicos. Precisamos fortalecer o BB e todos os bancos públicos.”
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De acordo com Jair, é preciso fazer um debate com o Legislativo e a sociedade para discutir o tipo de Congresso que o povo brasileiro quer. “A mobilização é importante, precisamos respeitar as pessoas e as diversidades e um Estado que acolha o cidadão e tenha perspectiva de futuro. Não podemos deixar o Banco do Brasil só para o rentismo.”
No segundo painel, a economista do Dieese, Vivian Machado, apresentou uma pesquisa sobre o mundo do trabalho e a representação trabalhista. “Com o avanço da tecnologia, podemos observar que ela destrói mais do que cria. Ela reduz custos e gera menos empregos”, afirmou.
Ela citou o modelo Gig Economy, conhecido nos Estados Unidos, que está se sobressaindo no mundo do trabalho. Com o sistema, os trabalhadores não têm vinculo empregatício, como no regime intermitente, e não têm benefícios. “É um modelo crescente, sem garantias e sem perspectivas", finalizou.
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Previdência Complementar
O 29º CNFBB promoveu também o debate sobre a Previdência Complementar e sobre a tentativa de aprovação do Projeto de Lei nº 268, que visa terceirizar a gestão dos fundos de pensão. “Precisamos entender o que está por trás na tentativa de golpe da Previ. Dentro desse discurso neoliberal está pautada a ideia de que nós, trabalhadores, não podemos gerir nossos próprios negócios”, disse Paula Gotto, diretora de Planejamento da Previ.
Marcio Souza, diretor de Administração da Previ, exaltou a defesa da governança paritária e do comprometimento com a gestão. “Não aceitaremos que a representação dos associados seja quebrada. Vamos lutar até as últimas consequências e para isso é fundamental a nossa mobilização para defender a nossa conquista. Defendemos a governança paritária e que a gestão seja correta de cada centavo que está aplicado na nossa entidade", afirmou.
Saúde e Condições de Trabalho
O diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com clientes da Cassi, Humberto Santos Almeida, desmentiu o governo que insiste em afirmar que a Cassi é ineficiente. “A Cassi gasta 8% de orçamento enquanto o mercado gasta 12%. Além disso, é um plano coletivo, que atende todos os estados, oferece programas assistenciais e uma auto-gestão que não visa fins lucrativos”, explicou.
Para ele, as dificuldades pela qual os trabalhadores vêm passando se devem à irresponsabilidade do governo com a sociedade. “Estamos sob a tutela de um governo que, além de reduzir os funcionários, faz com que os brasileiros não tenham assistência. O banco tem se aproveitado nos últimos tempos em ampliar o seu assédio moral. A meta é fazer com que as pessoas sejam obrigadas a aceitar as propostas do banco", disse.