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Chapéu
Comunicado

Boletim escancara falta de seriedade do BB com a Cassi

Linha fina
Apesar de o banco esquecer de suas obrigações, plano de saúde dos funcionários é parte do contrato de trabalho, afirma diretor do Sindicato
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Foto: Freepik

A Diretoria de Gestão de Pessoas (Dipes) do Banco do Brasil divulgou, na quarta-feira 20, um boletim no qual justifica os pontos da proposta do BB sobre a governança da Cassi. Diretores indicados pelo banco encaminharam ao Conselho Deliberativo um planejamento que contempla, dentre outros pontos, a implantação do voto de minerva a favor do BB, a criação de uma gerência com status de diretoria, que será, na prática, mais uma indicada pelo patrocinador, sem contar a maior oneração do participante.

Na tentativa de intimidar os funcionários e criar pânico, o banco traz a discussão para o campo da saúde financeira da Cassi, em uma tentativa de dar amparo às atrocidades que pretende implementar. O comunicado chega, inclusive, a mencionar a possibilidade de intervenção da Agência Nacional de Saúde (ANS).

“A liquidez e a insolvência da Cassi são fatos comprovados e estão registrados nas demonstrações contábeis da entidade; e os impactos de uma eventual intervenção da ANS não se restringem ao patrocinador, estendendo-se a dirigentes, conselheiros e aos próprios associados”, diz o comunicado, esquecendo que a “eventual intervenção” no fundo, ressaltaria a falta de competência da gestão dos diretores de financeiros indicados há décadas pelo próprio banco para a Cassi.

O boletim causou revolta entre os funcionários do banco, que serão os principais prejudicados com a mudança. O diretor do Sindicato Ernesto Izumi criticou, em nota, a postura do banco.

“Se houver intervenção na Cassi, devemos analisar como um fato decorrente da falta de compromisso do BB em resolver a questão central do plano de saúde: o seu equilíbrio. (...) o banco não pode de uma hora para outra deixar de ofertar o plano, e é isso que interessa aos funcionários, ou seja, o direito de ter um plano de saúde. Portanto, é uma obrigação legal de manter o plano de saúde dos funcionários”, diz o texto.

“O funcionalismo está unido contra esta série de retrocessos que o banco quer passar sem qualquer tipo de diálogo. Enquanto isso, o diretor e o presidente do Conselho Deliberativo, eleitos na chapa Mais Cassi, estão colados com o banco, em vez de defender os bancários, que o elegeram”, afirmou João Fukunaga, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato e funcionário do BB.

Eximindo-se

No boletim, o Banco do Brasil menciona consultorias contratadas para apresentar soluções, em uma espécie de tentativa de se eximir das obrigações com o plano. Paralelamente, apresenta a resolução CGPAR 23 como pano de fundo para fazer as alterações e se nega a negociar com os representantes dos trabalhadores.

“Uma resolução não pode alterar contratos líquidos e certos como a obrigação do BB em pagar plano de saúde para seus empregados. É falso o argumento do banco de ter de cumprir a resolução. Na verdade, o BB busca com a pressão junto ao funcionalismo é o aval para validar e legitimar a iniciativa de onerar ainda mais os funcionários e desonerar a empresa de sua responsabilidade”, diz Ernesto.

Leia a nota na íntegra.

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