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Chapéu
Caged de Maio

Ante crise e alto desemprego, bancos podem contratar mais

Linha fina
Segundo Caged, setor bancário eliminou 2.079 postos de trabalho entre janeiro e maio deste ano; bancos lucraram 85,9 bilhões no ano passado
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Charge: Marcio Baraldi

O setor bancário eliminou 2.079 postos de trabalho entre janeiro e maio deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) compilados pelo Ministério da Economia. Apenas em maio foram fechadas 377 vagas.

>Com mercado de trabalho frágil, número de autônomos, subutilizados e desalentados é recorde

No ano passado, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander lucraram R$ 85,9 bilhões, um crescimento de 16,2% em relação a 2017, quando essas empresas, que respondem por 90% dos empregos bancários no país, lucraram R$ 74 bilhões.

“Diante de uma crise econômica sem precedentes e do aumento do desemprego, o setor bancário, um dos mais rentáveis do Brasil, continua com lucros estratosféricos, faturando com a cobrança de tarifas e juros abusivos e defendendo uma reforma da Previdência nefasta que irá acabar com a aposentadoria de dezenas de milhões de brasileiros. Como concessões públicas, os bancos deveriam ter responsabilidade social, contratar trabalhadores e não colaborar com a crise e a já elevada taxa de desemprego do país”, enfatiza Marta Soares, secretária de Comunicação do Sindicato e bancária do Itaú.

Rotatividade

Os bancos, além da extinção de postos de trabalho, continuam lucrando com a rotatividade, demitindo bancários que ganham mais e contratando funcionários por salários mais baixos. 

Em maio, o salário médio dos demitidos equivalia a R$ 7.148, enquanto a remuneração média dos admitidos correspondeu a R$ 4.737. Isso significa que os novos funcionários foram contratados ganhando 66% do salário dos que foram demitidos.

O achatamento salarial no setor também foi verificado no período de janeiro a maio. Enquanto o salário médio dos demitidos era de R$ 6.953, a remuneração média dos admitidos correspondeu a R$ 4.646, o equivalente a 67% da média salarial dos primeiros. 

Desigualdade de gênero persiste

Entre os gêneros, a desigualdade continua. Em maio, as mulheres foram contratadas ganhando em média R$ 4.069, 76% do salário dos homens admitidos (R$ 5.340). As demitidas ganhavam R$ 5.774 em média, 69% do salário médio dos dispensados (R$ 8.382).

No período de janeiro a maio, as bancárias ganhavam em média R$ 3.992, 77% da média dos homens admitidos (R$ 5.205). As demitidas ganhavam R$ 5.720 em média, 70% do que recebiam na média os dispensados (R$ 8.139).

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