Durante o mês de junho, as cores do arco-íris tomam conta de boa parte das redes sociais, das campanhas publicitárias e de espaços de grande circulação. Em meio a tudo isso, você já se perguntou sobre o real significado político do Dia e do Mês do Orgulho LGBTQIA+?
Celebrado em 28 de junho, o Dia do Orgulho LGBTQIA+ tem origem na Revolta de Stonewall. Em 28 de junho de 1969, o bar Stonewall Inn, frequentado pela comunidade LGBTQIA+ de Nova York, sofreu uma batida policial violenta. Em resposta, a comunidade realizou uma série de protestos que marcaram o início de uma nova era na luta contra a homofobia.
Histórico de luta
Desde Stonewall, a comunidade LGBTQIA+ vem avançando em suas pautas e a categoria bancária não ficou alheia a essa luta. Há décadas, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região vem pautando e garantindo conquistas na área, o que é motivo de orgulho para a entidade, que sempre se posicionou em defesa da inclusão e da justiça social.
Ainda em 1987, o Sindicato criou junto aos bancos a Comissão Permanente de Raça, Gênero e Orientação Sexual, que posteriormente daria origem à Mesa Permanente de Igualdade de Oportunidades. Na época, o Sindicato foi pioneiro no movimento sindical e no ambiente corporativo ao incluir essas importantes temáticas nas negociações trabalhistas.
Há 25 anos, a mesa de igualdade de oportunidades é parte fundamental da luta contra discriminações e preconceitos no ambiente de trabalho bancário, debatendo questões como diferenças salariais e de carreira entre homens e mulheres, possibilidades de emprego e ascensão para negros, pessoas com deficiência (PCDs) e LGBTQIA+.
Por meio das negociações em mesa, em 2009, todas as cláusulas que incluem cônjuges passaram a valer também para parceiros homoafetivos. Com isso, companheiros e companheiras passaram a contar com os direitos relacionados ao plano de saúde, licenças, seguros, entre outros benefícios.
Na Campanha Nacional dos Bancários de 2024, o Sindicato conquistou importantes avanços junto aos bancos, como o uso do nome social para todas as pessoas trans inseridas nos bancos, compromisso pela maior empregabilidade e ascensão das pessoas trans no mercado financeiro, assim como a possibilidade do uso do banheiro adequado de acordo com sua identidade de gênero e o completo repúdio dos bancos a qualquer forma de discriminação em suas políticas internas.
"A luta da comunidade LGBTQIA+ não está dissociada da luta da classe trabalhadora. Por isso, valorizamos tanto o combate à homofobia nas nossas negociações com os bancos. Queremos que os bancários e bancárias LGBTQIA+ tenham o Sindicato como uma referência de apoio na promoção de um ambiente laboral saudável e inclusivo."
Neiva Ribeiro
Presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
Censo da Diversidade
O Censo da Diversidade é uma grande pesquisa feita junto aos bancários com o objetivo de traçar o perfil da categoria por gênero, orientação sexual, raça e pessoas com deficiência (PCDs). Foram realizadas edições em 2008, 2014 e 2019, sendo que seus resultados nortearam e embasaram as conquistas já obtidas nas negociações.
"Com a realização das edições anteriores do Censo da Diversidade, conseguimos comprovar as desigualdades salariais e de oportunidade para mulheres, negros e negras, PCDs (Pessoas com Deficiência) e pessoas LGBTQIA+. Graças aos dados obtidos, conseguimos avanços na nossa CCT como, por exemplo, a inclusão de parceiros no plano de saúde e a extensão deste e de todos os direitos para casais do mesmo sexo", explica Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
As tratativas para a realização do 4º Censo da Diversidade tiveram início neste ano, reunindo o movimento sindical bancário, representantes dos bancos e o Ceert (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades). No dia 30 de maio, foi instituído o GT (Grupo de Trabalho) responsável pelo censo.
No cronograma apresentado ao GT, a previsão inicial é de que a Ceert apresente em agosto, para o movimento sindical bancário e para a Fenaban, o teste para o 4º Censo da Diversidade. Já o início da coleta de dados está previsto para a terceira semana de setembro, com a divulgação dos resultados em fevereiro de 2026.
Projeto Basta
Em 2019, o Sindicato abriu um novo canal para acolher e solucionar denúncias de violência de gênero, racismo e LGBTfobia. Trata-se do Projeto Basta, que oferece suporte jurídico às vítimas de diferentes formas de opressão, colocando em prática uma luta interseccional. Acesse a página do projeto para saber mais.
