Imagem Destaque

Visivelmente nervosos e sem portar qualquer identificação visível, os PMs, chamados pela diretoria da Nossa Caixa, intervieram brutalmente e o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, foi agredido por um dos soldados com uma cabeçada no nariz. Como os policiais chegaram ao local ocultando seus crachás, ainda não foi possível identificar o agressor. Também foi usado gás de pimenta contra os trabalhadores.
O presidente do Sindicato está nesse momento no 1º DP para registrar a queixa. Depois, segue para o exame de corpo delito. “O Sindicato vai apurar até o fim as responsabilidades pelo episódio, que mais uma vez ilustra a maneira como a PM de Geraldo Alckmin atua nas manifestações dos trabalhadores”, afirmou o presidente do Sindicato, lembrando as sucessivas agressões sofridas pelos bancários que participaram da greve da categoria de 2004, assim como outros funcionários do Estado.
Dia de luta – A atividade desta quarta-feira era parte do Dia de Luta dos funcionários da Nossa Caixa e previa o retardamento do horário de entrada dos trabalhadores em uma hora, acompanhado de leitura de manifesto. Os bancários querem uma solução negociada para as suas reivindicações que incluem a remodelação do plano de saúde (de forma unilateral o banco impôs alterações recente nas regras de custeio e os funcionários terão agora de arcar com aumentos que chegam a 500%, descontados de seus salários), o cumprimento do acordo já firmado relativo ao plano de previdência complementar, o respeito ao Plano de Cargos e Salários da empresa, a situação de cerca de 3 mil funcionários, contratados desde 2001 com direitos rebaixados em relação aos mais antigos, o processo de privatização e outros.
A manifestação transcorria pacífica e sem realização de piquetes. Uma comissão de esclarecimento informava os funcionários sobre a natureza e a necessidade da atividade, estimulando-os a participar. Parte dos 800 trabalhadores daquela unidade da Nossa Caixa optou por não tomar parte do ato e entrou normalmente.
“Tentando impedir o direito constitucional de seus funcionários de demonstrarem seu descontentamento pelos ataques que comete contra seus direitos, a diretoria do banco convocou a PM e uma manifestação pacífica e constitucional transformou-se numa sucessão de cenas violentas. Foi mais um capítulo triste na história da Polícia Militar sob o comando deste governo que se diz democrático, mas que promove um verdadeiro terror contra os seus trabalhadores”, disse Marcolino.
