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PSDB e PFL contra a liberdade de imprensa

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São Paulo - Numa clara ofensa à liberdade de imprensa, a coligação PSDB/PFL entrou com representação junto ao Tribunal Superior Eleitoral contra a Central Única dos Trabalhadores, Regional São Paulo (CUT/SP), pela veiculação da primeira edição da Revista do Brasil. Nesta quarta-feira, dia 26, o ministro Carlos Alberto Menezes julgou procedente a representação, proibindo a distribuição da revista por qualquer meio, sob pena de multa prevista no § 3° do artigo 36 da Lei n° 9.504/97 pelo valor mínimo. Os sindicatos vão recorrer.

A publicação é produzida por 23 dos maiores sindicatos do país e pela CUT e nasceu da fusão de diferentes projetos mantidos por algumas dessas entidades. Foi lançada em maio com o intuito de fazer chegar aos cerca de 360 mil associados a esses sindicatos informação de qualidade apresentada sob a ótica dos trabalhadores.

“Criamos a revista com o objetivo de levar à população informações que outras revistas de grande circulação não trazem. Por exemplo, trazemos na edição nº 2 a questão das demissões na Volks, que freqüentemente é apresentada do ponto de vista da empresa, da forma como sofrem os trabalhadores e seus familiares”, conta o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino. “Por outro lado, a revista traz matérias sobre comportamento, saúde, futebol, dicas culturais. Ou seja, não tem nada de eleitoreira e ofensiva. Revistas como Época, Isto É e principalmente a Veja fizeram capas extremamente ofensivas ao presidente da República, ao Partido dos Trabalhadores e muitas vezes fazem isso em relação aos sindicatos e aos trabalhadores, e são tratados dentro dos parâmetros da liberdade de imprensa”, ressalta o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo. Marcolino e Feijoó são os diretores responsáveis pela revista.

Para o diretor de imprensa da CUT/SP, Daniel Reis, a decisão da Justiça é uma ofensa à democracia e à liberdade de expressão dos trabalhadores. “Acredito que o TSE vá rever sua decisão. Não é possível que os trabalhadores sejam proibidos de manter uma publicação própria, que não tenham direito a contar o seu lado da história, como fazem os mais poderosos por meio da grande mídia.”
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