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Vagner Freitas considera 'central' reeleição de Dilma

Linha fina
Apoio à presidenta é "incondicional", afirma presidente da CUT, para quem trabalhadores ainda estão 'muito longe de ser poder' e Estado ainda deve políticas públicas
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Guarulhos (SP) – O tema da 14ª plenária da CUT, que fala em "avançar nas conquistas", mostra relação direta com o debate político-eleitoral em curso, o que inclui a defesa de um plebiscito pela reforma política e o lançamento de uma plataforma com propostas da central para os próximos anos. Todos os pronunciamentos no primeiro dia de plenária foram claros ao ressaltar a importância das eleições de outubro.

"Nosso apoio (a Dilma) é incondicional", afirmou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, lembrando que a expectativa é de que a presidenta se comprometa com a pauta que será entregue na quinta-feira 31, incluindo itens há muito tempo reivindicados, como o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho.

Para Freitas, a reeleição de Dilma é uma questão "central" e os trabalhadores não podem "errar" nas eleições, sob risco de retrocesso. Ele destacou avanços nos últimos anos, mas afirmou que o Estado ainda é devedor de políticas públicas relacionadas a educação, saúde, transporte e segurança. "Estamos muito longe de ser poder. O Estado continua hegemonizado pela classe dominante."

O dirigente avalia que ataques ao movimento sindical, particularmente vindos da mídia, são demonstração de receio. "Eles sabem que um apoio de dirigentes sindicais mudam uma eleição. Ela (Dilma) vai vir (à plenária) porque sabe que tem de dialogar com os trabalhadores." Segundo Freitas, a pauta da CUT será entregue apenas à presidenta e a nenhum outro candidato. Ele identifica em Aécio Neves, do PSDB, ameaça a conquistas já obtidas, como a política de valorização do salário mínimo.

O secretário-geral da Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA) Victor Báez, também defendeu a manutenção de Dilma. "Para fixar as conquistas (sociais), precisamos de governos de esquerda. Nós, sindicalistas, somos independentes, mas não somos indiferentes", afirmou, também citando o ex-presidente Lula, "em cujo governo o Brasil começou a ser esse gigante diplomático que é hoje", numa provável referência a declaração de um representante do governo israelense, que chamou o país – crítico à ação de Israel na Faixa de Gaza – de "anão diplomático", o que provocou mal-estar nas relações entre os dois países. Primeiro representante das Américas a presidir a Confederação Sindical Internacional (CSI), o brasileiro João Felício fez uma "saudação ao povo palestino", vítima, segundo ele, de preconceito, discriminação, violência e perseguição política.

A plenária nacional da CUT, realizada em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, tem a "tarefa política de reforçar todas as nossas lutas", diz a vice-presidenta da central, Carmen Foro, mas traz como prioridade a reeleição do projeto representado por Dilma, mesmo com possíveis críticas. "Temos lado", afirmou. Ela destacou a presença de 43% de mulheres entre os aproximadamente 700 delegados do evento, que deve discutir estratégias e ações a serem desenvolvidas e referendadas no congresso nacional da central (Concut), em 2015. No congresso anterior, foi aprovado o princípio da paridade entre gêneros – a partir do próximo ano, homens e mulheres deverão ter o mesmo número de cargos de direção.

Nos debates de terça 29, são esperados o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães e o professor Dalmo Dallari. Na quarta 30, devem participar o professor Ladislau Dowbor e o economista Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo. Na quinta 31, além de  Dilma – das 16h30 às 18h –, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, estará presente em um debate sobre agricultura familiar. A plenária termina na sexta-feira 1º, no início da tarde.

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Vitor Nuzzi, da Rede Brasil Atual - 29/7/2014

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