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Bacen deve ter papel regulador na venda do HSBC

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Alerta foi feito ao presidente Alexandre Tombini por dirigentes sindicais, pela senadora Gleisi Hoffmann e pela vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves, para evitar demissões e menor competitividade no setor bancário; trabalhadores devem se engajar e enviar mensagens ao Banco Central
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São Paulo – O Banco Central deve desempenhar papel ativo e regulamentador na venda das operações brasileiras do HSBC a fim de evitar demissões em massa e uma concentração bancária ainda maior no país. A reivindicação foi feita na quarta-feira 1º de julho ao presidente do BC, Alexandre Tombini, por dirigentes sindicais, pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e pela vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves (PT).  A sede do banco britânico no país está localizada na capital paranaense.

“Foi uma reunião importante porque a partir de agora nossos pleitos principais, que são a defesa dos empregos e preocupação com mais concentração bancária, estarão inseridos na rotina do Banco Central”, avalia o dirigente sindical Sérgio Siqueira, que participou da reunião.  “Os bancários devem se engajar na mobilização e enviar e-mails ao BC de modo a reforçar nossa preocupação com os reflexos sociais trazidos pela saída do HSBC”, acrescenta o dirigente.

Tombini ressaltou a convergência nas preocupações tanto do movimento sindical quanto de políticos do Executivo e do Legislativo que representam os trabalhadores. O encontro foi organizado por Gleisi Hoffmann. Estima-se que, apenas na cidade de Curitiba, o impacto econômico com o fim das operações do banco seja de R$ 80 milhões.

“Em 18 anos, o HSBC teve lucro de mais de R$ 15 bilhões”, lembrou recentemente Gleisi. “Agora, além de não explicar os problemas com os quais está envolvido [referentes à evasão de divisas], vai deixar um vazio na nossa economia. Há uma CPI do Senado para acompanhar o caso e, se for preciso, iremos a Londres falar com o presidente mundial do banco.”

> Mobilização internacional dos bancários do HSBC

Em 17 de abril uma notícia sobre a possível venda da operação de varejo e de parte do banco de investimento no Brasil foi veiculada em primeira mão pelo jornal Financial Times. Além do Santander, Itaú e Bradesco as instituições BTG Pactual, o canadense Bank Of Nova Scotia e o chinês ICBC, estariam interessados na compra.

“Deixamos claro nossa preocupação com o prejuízo para a sociedade brasileira, caso um banco que já atue no país seja o herdeiro das operações do HSBC”, alerta Sérgio Siqueira. “Isso acarretará em menor competitividade no cenário financeiro nacional e principalmente uma grande ameaça aos 21 mil empregos dos trabalhadores do HSBC”, complementa o dirigente.

Cade – Na terça-feira 30, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius Marques de Carvalho garantiu a parlamentares e representantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC que o órgão vai atuar na venda dos ativos do banco no Brasil.

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Rodolfo Wrolli – 1º/7/2015
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