Nos 200 dias de governo, a equipe econômica já vendeu R$ 16 bilhões de ativos da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, seguindo a diretriz de desestatizar o crédito no Brasil. Os dados foram divulgados na edição desta terça-feira (23) do jornal O Estado de São Paulo.
Com o “desinvestimento” defendido pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, somente no primeiro semestre o banco vendeu as ações do ressegurados IRB Brasil Re e da Petrobras, arrecadando R$ 10 bilhões. Segundo informou o presidente do banco público, outras 15 operações estão previstas para breve.
Para o presidente da Fenae, Jair Ferreira, o processo de enfraquecimento dos bancos públicos está em curso e pode ter consequências no desenvolvimento social e econômico do Brasil. Segundo ele, ao entregar suas partes mais lucrativas, o banco perde espaço de mercado e recursos que dão sustentação a diversas políticas públicas. “Já vivemos as consequências do fechamento de agências, redução de postos de trabalho e diminuição do papel social do banco. A Caixa está no esgoto tratado e nas obras públicas que melhoram a vida de todo o cidadão brasileiro, independentemente da região ou classe social”, destaca Jair.
"Os bancos públicos estão presentes em regiões onde bancos privados não têm interesse econômico, e fazem investimentos em áreas fundamentais para o desenvolvimento do país. Entregar estas empresas para o capital privado trará consequências profundas para a nossa população", completou Dionisio Reis, diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Ainda de acordo com a matéria do Estadão, a Caixa está na lista da Caixa operações envolvendo seguros, cartões, lotéricas, gestão de recursos Bolsa, além da venda das participações detidas pelo FI-FGTS.