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Release: Minuta entregue aos bancos: Categoria luta pela manutenção do emprego e direitos

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São Paulo, 23/07/2020 –  O Comando Nacional dos Bancários entregou nesta quinta-feira (23) a minuta com as reivindicações da categoria bancária para a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). 

Entre as prioridades apontadas estão a manutenção dos direitos adquiridos, defesa do emprego, defesa da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) válida para toda a categoria (independentemente do nível salarial), ganho real nas cláusulas econômicas, mesa única de negociação com os bancos (com bancos públicos e privados) e a defesa dos bancos públicos. 

"Estamos mobilizados e unidos para a nossa campanha, que será toda virtual esse ano, em função do isolamento social. Os bancários são referência entre os trabalhadores, desde o início da pandemia, com a agilidade em reivindicar o home office,  garantir os empregos e direitos e, principalmente, a proteção à vida. Começamos a campanha com a consulta, realizamos nossos Congressos Estaduais e Conferência Nacional e faremos uma campanha forte e combativa", disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. "Temos muitos desafios esse ano, entre eles lutar por condições adequadas para os trabalhadores. Os bancos são o setor mais lucrativo da economia, com rentabilidade crescente nos últimos anos. A rentabilidade dos cinco maiores bancos (Bradesco, Itaú, Santander, Caixa e BB) é de cerca de 20%, isso significa que a cada cinco anos o lucro dos bancos é capaz de dobrar o patrimônio dessas instituições. E, mesmo com a economia estagnada, os bancos retomaram sua rentabilidade a um patamar mais alto que em 2014". 

A definição da pauta final de negociação começou no início do mês de junho, com a consulta aos bancários e os debates nas conferências estaduais. Neste fim de semana, durante a 22ª Conferência Nacional, em São Paulo, cerca de 635 delegados que representam trabalhadores de bancos públicos e privados de todo o país definiram os itens para a Campanha Nacional Unificada 2020. 

O acordo de 2018 foi fechado por dois anos, com reajuste de 5% (aumento real de 1,31%) em 2018 e 1% de ganho real em 2019 para salários e demais verbas, e garantia de manutenção de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) válida para todos os empregados de bancos públicos e privados em todo o Brasil. A data-base da categoria é setembro.

Consulta Home Office – Em consulta realizada com mais de 11 mil bancários de todo Brasil ficou claro que a categoria vem enfrentando muitas dificuldades com o trabalho em Home Office. A minoria dos bancários possui em sua residência um escritório para realizar o trabalho, sendo que os demais realizam o trabalho de forma improvisada, no quarto, na sala ou até mesmo na cozinha. Além da falta de estrutura de trabalho, os bancários informaram que suas contas de consumo aumentaram durante o Home Office e, para as mulheres e as pessoas com filhos em idade escolar tem sido mais difícil conciliar o trabalho em casa com afazeres domésticos e a relação com familiares. 

"Esse ano é fundamental discutir cláusulas para regular o trabalho home office para estabelecer, entre outras coisas, que os custos do teletrabalho sejam arcados pelos bancos, assim como o fornecimento dos equipamentos de trabalho e ergonômicos. Não vamos aceitar também que sejam retirados direitos dos trabalhadores que cumprirem suas funções em suas casas", disse Ivone Silva. 

Tecnologia - Entre as prioridades está a defesa dos empregos diante do impacto das novas tecnologias no setor financeiro que investe R$ 25 bilhões ao ano em TI, fazendo com que 63% das transações financeiras sejam realizadas em canais digitais, o que garante aos bancos enorme redução de custos administrativos e com força de trabalho, sem que esse lucro seja dividido com trabalhadores e clientes.

Lucro dos bancos – Mesmo em um cenário econômico de grave crise, o lucro dos bancos segue batendo recorde. Em 2019, o líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), atingiu a marca de R$ 108 bilhões, o que representou aumento de 30,3% nos doze meses. Somente no primeiro trimestre de 2020 o lucros dos bancos somou R$ 18 bilhões.

 Empregos - Entre janeiro de 2013 e dezembro de 2019 houve redução de 70 mil postos de trabalho, no país. Em doze meses (1 trim de 2019 a 1 trim de 2020) já foram fechados 11,5 mil postos de trabalho nos cinco principais bancos do país.  

Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São cerca de 453 mil bancários no Brasil, sendo 130 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. A categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2017 de 23% e 45% no piso.

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