A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco reuniu-se com o banco nesta quarta-feira 14 para cobrar esclarecimentos sobre denúncias de bancários a respeito de alguns temas que envolvem segurança e aplicações financeiras. A COE representa os trabalhadores nas negociações frente ao banco.
Os bancários relatam que o Bradesco está convocando funcionário para esclarecimentos, quando identificam pagamentos de contas com o CPF dos bancários, cujo recurso saia de outra conta, que não seja a do mesmo CPF. Segundo queixas dos bancários, o método utilizado durante a averiguação não é adequado. Muitos se sentem invadidos, como se tivessem feito algo errado ou ilegal.
O banco informou à COE que, de fato, faz cruzamento e, quando identifica essa situação, faz um pedido de esclarecimento. Uma vez identificado que não há uso indevido, o gestor faz um apontamento e encerra a situação.
O banco se comprometeu ainda a reorientar as lideranças, pois o real intuito é proteger os dados dos bancários e dos clientes, e não fazer perseguição a ninguém.
Movimentação de conta corrente de familiares
O Sindicato recebeu reclamações de bancários quanto a obrigatoriedade da assinatura de um formulário (4160 – 707E) que trata, principalmente, de movimentação de conta corrente de familiares.
O banco esclareceu que tal formulário deve ser preenchido e assinado pelo familiar do bancário, quando há movimentação em sua conta realizada pelo próprio funcionário. E ressalta que esse tipo de transação, embora não configure fraude, precisa estar muito bem esclarecida, a fim de evitar descumprimento do código de ética e demais problemas.
Proibição de day trade
Bancários acionaram o Sindicato afirmando que foram orientados sobre a proibição de fazer day trade (compra e venda de ações na bolsa de valores no mesmo dia). O banco reconhece que seus empregados estão realmente proibidos de fazer day trade para si próprios. O descumprimento dessa orientação pode trazer consequências.
Pressão para investir na Ágora
Bancários relatam pressão dos seus gestores para transferência de seus investimentos em outras corretoras para a Ágora (corretora do Bradesco). O banco nega que exista esta orientação.
“Temos recebido essas reclamações de maneira quase constante, e a reunião foi importante para alinharmos as informações e corrigir possíveis desvios de rota. E caso os bancários continuem sendo pressionados, ou sejam mal orientados, é importante avisar imediatamente o Sindicato para que possamos intervir e melhorar esses processos.”
Erica de Oliveira, diretora executiva do Sindicato e bancária do Bradesco
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