Dirigentes do Sindicato dos Bancários de São Paulo e da Apcef/SP protestaram contra o desmonte dos bancos públicos promovido pelo governo Bolsonaro em frente a agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal em Itaquera, zona leste de São Paulo. Com carros som e faixas, os dirigentes denunciaram a falta de funcionários nos dois bancos, que resulta em pior atendimento à população, o ataque aos direitos dos trabalhadores e a redução da oferta de crédito pela Caixa e pelo BB. O ato ocorreu na sexta-feira 16.
“A atividade deu sequência a ações que estamos realizando para dialogar com a população sobre a importância de defender os bancos públicos. Denunciamos aos clientes e usuários a redução da oferta de crédito por esses bancos em São Paulo e no país todo”, destacou o dirigente do Sindicato Antônio Netto, bancário do BB.
Os dados comprovam a redução da participação do BB no total do crédito bancário ofertado no país: em dezembro de 2016, o BB era responsável por 24,1% do crédito no Brasil e 13,6% em São Paulo; em dezembro de 2018, essa participação foi reduzida para 22,8% no Brasil e 11,5% em São Paulo; e em abril deste ano ficou menor ainda, com 19,5% no Brasil e 7,8% em São Paulo.
“Sabemos que quando os bancos públicos aumentam essa oferta, os demais seguem atrás para não perder a concorrência. Por outro lado, quando os bancos públicos diminuem a oferta, como estamos vendo acontecer desde o governo Temer e sendo aprofundado por Bolsonaro, os bancos privados não cobrem essa oferta e a população mais pobre é a que sofre. E sofre não só por ficar mais difícil ter dinheiro para atender suas demandas, mas também porque isso impacta o financiamento e a receita de pequenas e médias empresas, o que acarreta em fechamento destas e em aumento do desemprego”, acrescentou Antônio Netto.
João Maia, outro dirigente do Sindicato e bancário do BB, criticou o fechamento de agências da Caixa e do BB em regiões periféricas. “Muitas vezes são apenas os bancos públicos que estão presentes em bairros periféricos de grandes cidades ou em municípios pequenos e distantes dos grandes centros. E com o desmonte promovido pelo governo Bolsonaro, muitas agências em locais onde a população é de baixa renda têm sido fechadas. Isso é uma consequência do ataque ao papel público desses bancos por um governo que só se preocupa com os ricos. BB e Caixa existem para atender a população, com pagamento de benefícios, crédito para a agricultura familiar, para pequenas empresas, para moradia popular. Não para copiar a gestão dos bancos privados, que atuam prioritariamente onde está o dinheiro, com juros altos e dificultando o crédito aos mais pobres.”
Danilo Perez, dirigente do Sindicato e bancário da Caixa, ressaltou o papel do banco na pandemia. “A Caixa está tendo um papel fundamental durante a pandemia, com o pagamento do auxílio-emergencial. Apesar da falta de empregados e a desestruturação promovida pelo governo Bolsonaro, a Caixa provou mais uma vez ser imprescindível para o Brasil. Por isso estamos aqui defendendo BB e Caixa.”
O Sindicato e a Apcef/SP realizarão novos atos em defesa dos bancos públicos nas próximas semanas.