Demissões, cobranças abusivas por metas inatingíveis, condições de trabalho cada vez mais degradantes, assédio… Para denunciar estes e outros problemas que tomaram o Bradesco, dirigentes realizaram nesta quarta-feira 5 um Dia Nacional de Luta, nas redes sociais e nos locais de trabalho.
Na base do Sindicato dos Bancários de São, Osasco e Região, o protesto se concentrou na Cidade de Deus, como é conhecida a matriz do Bradesco, localizada em Osasco. No local foi distribuído material impresso contextualizando a situação do Bradesco e denunciando os problemas enfrentados pelos trabalhadores do banco.
“A direção do Bradesco deve reconhecer o valor e a contribuição dos bancários para o crescimento do banco e para a construção do seu lucro. O movimento sindical cobra da gestão da empresa melhorias nas condições de trabalho para os seus trabalhadores, que têm enfrentado o medo e a angústia constante das demissões causadas pelo fechamento de postos de trabalho e de agências, o assédio moral e a sobrecarga de trabalho”, afirma Marcio Vieira, coordenador do coletivo dos dirigentes do Bradesco no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancário do Bradesco.
Nesta quarta-feira 5, a hashtag #AVergonhaContinuaBradesco figurou nos assuntos mais comentados no Twitter.
O Bradesco lucrou R$ 20,7 bilhões em 2022 e R$ 4,28 bilhões somente no primeiro trimestre de 2023. Mas as demissões vêm aumentando. O banco eliminou 1.276 postos de trabalho em 12 meses encerrados em março de 2023. Em relação a março de 2020, foram extintos mais de 11 mil empregos.
Na outra ponta, a sobrecarga cresce. O total de clientes do banco aumentou em 1,9 milhão nos últimos 12 meses e em 6,7 milhões nos últimos três anos, totalizando 76,7 milhões.
Em março de 2020 o Bradesco tinha um bancário para cada 720 clientes. Em 2023, essa relação aumentou 12,56%: um bancário para cada 890 clientes.
Apesar disso, o banco fechou 1.545 agências nos últimos três anos, sendo 83 agências e 91 unidades de negócio só em 2022. Os dados são dos Demonstrativos do Bradesco.
Neste cenário, cada um dos 90 diretores estatutários do Bradesco recebeu R$ 9,1 milhões em média em 2022, segundo a Comissão de Valores Mobiliários.
“O movimento sindical seguirá denunciando e expondo os problemas enfrentados pelos bancários e clientes do Bradesco, nas ruas e nas redes sociais, até que a direção do banco reveja seu modelo organizacional que elimina empregos e clientes”, enfatiza Marcio Vieira, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancário do Bradesco.
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