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Em seus 30 anos, CUT acumula lutas e conquistas

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Maior organização de trabalhadores da história do Brasil é protagonista de mudanças sociais que ocorreram no país, sobretudo nos últimos 10 anos
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São Paulo - A Central Única dos Trabalhadores (CUT) completa 30 anos nesta quarta-feira 28. A trajetória da maior organização de trabalhadores da história do país é de protagonismo nas conquistas de direitos e na transformação social do Brasil.

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A CUT foi homenageada nesta segunda-feira 26 no Congresso Nacional pelo aniversário e pela participação nas melhorias sociais que os trabalhadores experimentam nos últimos 10 anos. Uma das vitrines deste período tem sido a valorização permanente do salário mínimo. A política é motor para o desenvolvimento social do país, pois aquece a economia e distribui renda. Entre 2003 e 2013, o ganho real do salário mínimo no Brasil foi de 70,49%, segundo dados do Dieese.

A valorização passou a ser uma política oficial após muitas lutas da CUT e das centrais sindicais que, desde 2004, levam anualmente milhares de trabalhadores a Brasília.

O governo Lula recebeu as representações da classe trabalhadora e atendeu às reivindicações, em um acordo histórico. Desde 2007, o salário mínimo passou a ser corrigido todos os anos pela inflação do ano anterior, somada à variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos anteriores. Em 2011, já no governo Dilma, a forma passou a ser lei.

“A política de valorização do salário mínimo é resultado de um acordo feito com a CUT e centrais e referendado pelo Congresso Nacional. É o maior acordo salarial do mundo, que vai além dos termos econômicos, porque foi firmado entre partes e com o trabalhador participando. Esse é um de grandes legados da CUT para a classe trabalhadora nos últimos tempos”, afirma Vagner Freitas, bancário e presidente da central.

A ideia de que a CUT deve lutar também por causas sociais, além da questão trabalhista, está cada vez mais forte na central. “A tarefa é também melhorar a vida da classe trabalhadora fora do local de trabalho, como cidadão que tem direito a serviços básicos públicos e de qualidade, como a universalização da saúde”, defende Freitas.

Exemplo de resistência - A Central também promoveu ao longo dos seus 30 anos lutas pela manutenção de direitos. O período neoliberal, que teve seu auge no governo FHC (1995-2002), promoveu uma grande ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e colocou o movimento sindical em um período de resistência.

Mesmo depois do neoliberalismo, as investidas dos setores patronais ainda estão presentes no país. A CUT tem se unido a outras centrais para impedir retrocessos.

Um exemplo bem sucedido de resistência foi a luta contra Emenda 3, que permitia a contratação de trabalhadores terceirizados para a realização de atividades-fim. Após muitos protestos, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara enterrou a medida em 2009.

A luta contra a Emenda 3 serve de inspiração para o atual momento, em que a CUT e as demais centrais estão unidas para derrotar o PL 4330, que legaliza a terceirização fraudulenta. A etapa seguinte dessa luta será na sexta-feira 30, em dia nacional de luta contra o PL 4330.

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Renato Godoy – 26/8/2013

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