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Mais de 21 mil bancários se licenciaram em 2012 no país

Linha fina
Negociação entre bancários e Fenaban começa hoje (08) discutindo saúde, condições de trabalho e segurança
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A categoria bancária está entre as que mais sofrem com doenças ocupacionais relacionadas à forma de gestão dos bancos que apostam numa rotina de metas abusivas, extrema pressão e assédio moral como forma de aumentar sua produtividade. Mais de 21 mil bancários (21.144) foram afastados no ano passado, de acordo com dados do INSS, em todo o país – sendo 27% por LER/Dort e 25,7% por transtornos mentais e comportamentais (como stress, depressão, síndrome do pânico). Somente nos três primeiros meses de 2013, 4.387 pessoas se licenciaram pelos mesmos motivos (25,8% transtornos mentais e 25,4% por LER/Dort). Em 2011, o número de bancários afastados foi de 20.714.

Para mudar essa realidade, o sindicato trata esse tema como prioridade. Nesta quinta-feira (8), a categoria bancária faz a primeira rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2013. Participam representantes do Comando Nacional dos Bancários e da Federação dos bancos (Fenaban), no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, discutindo os temas saúde, condições de trabalho e segurança. A negociação continua nesta sexta-feira (9).

“Dos mais de nove mil bancários que responderam à consulta em nossa base, 83,2% apontaram o combate ao assédio moral nos bancos como prioridade da campanha, e 85,3% acham que é muito importante discutir metas abusivas. As duas questões estão interligadas porque é a cobrança por metas que leva ao assédio moral e ao adoecimento”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. “Queremos o fim das metas diárias de vendas de produtos, impostas pelos bancos, que prejudica bancários e clientes.”

Reivindicações – A categoria bancária entregou para a Fenaban, dia 30 de julho, a pauta de reivindicações da categoria. Entre os itens principais estão o índice de 11,93% (reposição da inflação mais aumento real de 5%, acima da inflação), o piso salarial no valor de R$ 2.860,21 e a PLR (três salários base mais parcela adicional fixa de R$5.553,15). Os bancários também pedem a valorização dos vales refeição e alimentação (um salário mínimo, R$ 678,00). Os bancários reivindicam ainda melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais e abusivas. (ver principais itens abaixo).

Lucro dos bancos – O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos três primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 11,8 bilhões. Os principais itens do balanço desses bancos comprovam o sólido desempenho do setor. Os ativos e as operações de crédito expandiram em 16,6% e 19,2%, respectivamente, em relação a março do ano passado, sendo que os ativos somaram R$ 4,2 trilhões.

Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional.  Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São cerca de 500 mil bancários no Brasil, sendo 141 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Nos últimos nove anos, a categoria conseguiu aumento real - acumulado entre 2004 e 2012 - de 16,22%. Sendo 2009 (1,50%); 2010 (3,08%); 2011 (1,50%) e 2012 (2,00%).

Principais itens aprovados:
• Reajuste Salarial de 11,93%, sendo 5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%
• PLR – três salários mais R$ 5.553,15
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21)
• Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá  – Salário Mínimo Nacional (R$ 678)
• Emprego – Fim das demissões em massa, ampliação das contratações, combate às terceirizações e contra o PL4330 (que libera a terceirização e precariza as condições de trabalho), além da aprovação da convenção 158 da OIT (que inibe dispensa imotivada)
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
• Mais segurança nas agências bancárias, com a proibição do porte de chaves de cofres e agências por bancários
• Igualdade de oportunidades, com contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes

Cecilia Negrão
Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
(11) 3188-5212 ou (11) 99485-4868
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