São Paulo - A maioria da sociedade brasileira é formada por empregados (61%) e não por patrões (6%), mas no Congresso Nacional a bancada dos empresários é bem maior: chega a 49% dos parlamentares contra 19% que representam os trabalhadores. As mulheres, que são a metade da população também estão subrepresentadas no Legislativo, com apenas 8% das cadeiras da Câmara e 2% das do Senado. Negros e pardos, como se declaram 51% dos brasileiros, reduzem-se a 8% dos parlamentares.
Os dados mostram que o Congresso Nacional está longe de ser um espelho democrático da sociedade e explicam porque pautas importantes para a classe trabalhadora ficam emperradas na Câmara e no Senado. Para mudar esse quadro, os movimentos sociais e sindical defendem a instituição de uma Constituinte com o objetivo específico de fazer a reforma política. “Esse Congresso não quer e não vai aprovar mudanças no sistema eleitoral, porque comprometem os interesses da maioria dos parlamentares, que estão do lado do poder econômico, das grandes empresas. Por isso queremos eleger uma Constituinte com esse propósito”, explica a diretora executiva do Sindicato Maria Rosani.
Ato – Na terça-feira 12, uma grande mobilização nacional levará o tema às ruas. Em São Paulo, as atividades ocorrerão em frente ao Teatro Municipal, na Praça Ramos de Azevedo, no centro da capital, a partir das 16h, com passeata na região. No entorno das regionais do Sindicato também haverá panfletagem pela manhã.
“Na ocasião, vamos anunciar a realização do Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva e Soberana da Reforma Política, que ocorrerá na Semana da Pátria, entre os dias 1º e 7 de setembro, em todo o Brasil. Nesses cinco dias, colocaremos urnas nas praças, estações de metrô e outros pontos de movimentação para que a população possa se manifestar pela Constituinte. O objetivo é pressionar o Congresso”, explica a dirigente.
Reforma – A reforma política tem entre seus principais pontos o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais. “Hoje as campanhas são milionárias e bancadas por grandes empresas e quem garante que, depois de eleitos, esses parlamentares não defenderão os interesses desses grupos ao invés dos interesses do povo?”, questiona Rosani.
Outro ponto da reforma é a maior participação feminina, de negros, índios e da juventude no Legislativo. “Precisamos criar mecanismos para que o Congresso de fato represente a sociedade brasileira”, destaca a dirigente.
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Redação - 7/8/2014
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Mobilização nas ruas defenderá constituinte exclusiva. Para movimentos sociais essa é a única forma de promover mudanças no sistema eleitoral brasileiro
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