Pular para o conteúdo principal

Segurança falha nos presídios de São Paulo

Linha fina
Segundo sindicato dos funcionários do sistema prisional, governo Alckmin aboliu revista íntima sem antes instalar equipamentos para substituição
Imagem Destaque

São Paulo - A Lei 15.552/2014, que determinou o fim da revista íntima nos presídios, foi sancionada no dia 12 pelo governador Geraldo Alckmin. No artigo 5º, a legislação estabeleceu ao Poder Executivo um prazo de 180 dias para que a nova determinação entre em vigor, período necessário à aquisição e instalação de equipamentos como “scaners” corporais, detectores de metais e aparelhos de raio-X que substituirão a revista manual.

Porém, o governo estadual de São Paulo parece ter ignorado o prazo e ordenou em várias unidades prisionais, já no final de semana, que nenhum visitante deve se despir para realização da vistoria, como denuncia o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp). Nesses presídios, os visitaram passaram apenas por detector de metais, numa ordem avaliada como arriscada e ilegal segundo a direção da entidade.

Caso deixe de proceder às medidas necessárias à vigilância, manutenção da segurança e disciplina, os agentes de segurança penitenciária responderão administrativa e criminalmente, alerta o Sifuspesp, que já havia comunicado a categoria sobre os riscos de algumas unidades anteciparem o fim da revista manual. Assim, a orientação aos trabalhadores/as é cumprir com a revista padrão, uma vez que a legislação não possui eficácia plena e carece de regulamentação.

Em nota de repúdio publicada em seu site, o sindicato chama atenção para o fato de que “o governo está jogando para o alto a segurança nas unidades prisionais paulistas para antecipar o cumprimento de uma lei que lhe obriga a investir no sistema prisional”.

“O que o governo pretende antecipando o cumprimento da lei sem os equipamentos necessários para impedir que visitantes entrem em unidades com objetos ilícitos? Quem ganha com isso? Certamente não a segurança das UPs e muito menos a segurança dos servidores que atuam nas unidades prisionais paulistas”, questiona Adriano Rodrigues, diretor de Comunicação do sindicato.

Segundo o dirigente, o Departamento Jurídico do Sifuspesp vai averiguar todas as medidas que possam ser adotadas para que o cumprimento da legislação na íntegra, mas “sem antecipações irresponsáveis. O sindicato também está comunicando a imprensa do ocorrido para que este caso seja denunciado publicamente, como merece ser”, finaliza o diretor de Comunicação.


CUT-SP, com informações do Sifuspesp - 19/8/2014

seja socio