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Sindicato ocupa HSBC em defesa dos empregos

Linha fina
No pré-lançamento da Campanha Nacional 2015, movimento sindical protesta em agência e reafirma seu compromisso pela garantia dos postos de trabalho no banco britânico e em todo setor financeiro
Imagem Destaque
São Paulo – A Campanha Nacional 2015 está esquentando os motores e nesta quarta-feira 5 o centro velho da capital paulista foi o cenário do seu pré-lançamento. Munida de uma fanfarra, artistas circenses e carro de som, a atividade visitou as agências da região e reforçou o recado na sua tradicional forma lúdica: bancários querem mais direitos, melhor remuneração e, principalmente, mais empregos.

> Conferência define reivindicações  

A campanha deste ano coincidiu com a péssima notícia da venda do HSBC para o Bradesco por US$ 5,2 bilhões, colocando em risco milhares de empregos e tornando o setor bancário brasileiro ainda mais concentrado. Por essa razão, o ato dessa quarta-feira culminou com a ocupação da agência do banco britânico localizada na Rua Boa Vista, onde a apreensão toma conta dos trabalhadores.

“Dá um sentimento de indignação a saída do banco que chegou no Brasil do jeito que chegou e agora vai embora lucrando tanto”, relatou um bancário. “E o resultado disso vai ser um monte de demissões”, acrescentou.

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Em reunião na terça-feira 4 com o movimento sindical, representantes do HSBC e do Bradesco garantiram que não haverá demissão em massa.

> HSBC e Bradesco: sem demissão em massa 

Os temores da categoria estão calcados em dados. Fusões e aquisições não são boas para os bancários. Em 2008, o Itaú contava com 77.354 empregados e o Unibanco com 37.104, totalizando 108.458. Em março de 2015, sete anos após a fusão, restavam 92.757 postos de trabalho no Itaú. Em 2007, com a compra do Real pelo Santander, o impacto direto foi o corte de 2.969 postos de trabalho ao final de 2008. “É contra esse quadro que vamos resistir”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Fruto do Proer – Embora já tivesse presença no Brasil, o HSBC dá início a sua atuação no varejo em 1997, ao adquirir o Bamerindus em uma transação polêmica. À época, a imprensa noticiou que o banco britânico acabou lucrando R$ 151 milhões, em valores atuais, na compra.

As dívidas do banco paranaense, no entanto, foram pagas com dinheiro público. Os débitos, que somavam cerca de R$ 8,7 bilhões em valores atuais, foram assumidos pelo governo federal à época, por meio do seu Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, o Proer.

“O banco não pode tratar o Brasil como colônia, aportar por aqui sem prejuízo e sem riscos, já que as dividas do Bamerindus foram pagas com dinheiro público, e 18 anos depois ir embora deixando desemprego”, reforçou o dirigente sindical Luciano Ramos da Silva. “E por isso vai ser assim: vamos ocupar o Bradesco e o HSBC quantas vezes forem necessárias para defender os empregos nestes dois bancos”.


Rodolfo Wrolli – 5/8/2015
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