Imagem Destaque
São Paulo – A manifestação em defesa da democracia realizada na noite de segunda 29, na Avenida Paulista, foi reprimida pela Polícia Militar, que disparou bombas de efeito moral e usou gás lacrimogêneo, o que provocou tumulto e correria. Manifestantes que pretendiam chegar ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) foram impedidos.
A manifestação começou na Praça do Ciclista por volta das 18h20. A PM fez um bloqueio para evitar que os manifestantes chegassem ao prédio da federação, a cerca de um quilômetro. Quando se aproximavam do prédio, pouco antes das 19h, os policiais começaram a repressão, justificada pelo fato e "não terem comunicado o trajeto". O ato foi recuado e ficou no vão livre do Masp, a poucos metros da Fiesp.
Após os jatos de água e as bombas, os manifestantes se dispersaram pela região. Parte deles seguiu pela Rua da Consolação em direção à Praça Roosevelt, no centro da cidade, e foram seguidos pela Tropa de Choque com bombas. "A maior repressão desde 2013", comentavam jornalistas, às lágrimas causadas pelas bombas.
Após tentativas de reagrupar o movimento em frente ao Masp, o Batalhão de Choque começou a avançar nos manifestantes. Acuados, foram formando barricadas no regresso até a Praça do Ciclista. O fundador da Gaviões da Fiel Torcida, o publicitário Chico Malfitani, em meio à confusão, lamentou a ação da polícia do governador Geraldo Alckmin (PSDB). "A manifestação seguia pacífica e quando chegaram na casa grande, eles atacaram. Mulheres e crianças", disse.
"Isso foi desnecessário. Se esse é o padrão de democracia de Temer, é lamentável", afirmou. Alguns manifestantes foram perseguidos nas ruas perpendiculares da avenida, enquanto o pelotão principal seguia até o fim da via. Sentado desolado em um ponto de ônibus, Chico desabafou: "Se você está achando difícil, fique preparado, pois este é apenas o começo".
A reação dos movimentos sociais também promete prosseguir. A Frente Povo Sem Medo bloqueou avenidas nesta terça-feira, a partir das 6h.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo e coordenador da Frente Brasil Popular no estado, Douglas Izzo, ressaltou que o protesto foi um ato de apoio à democracia. "Estamos aqui para denunciar o golpe contra uma presidenta eleita no voto popular, comandado pelas elites brasileiras, em especial pelos patrões da Fiesp”, disse Douglas Izzo.
Para o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro Índio, a ação da PM foi excessiva. “Eles tentaram interromper a manifestação antes de começar”, disse ele à Agência Brasil. “Vamos resistir e permanecer aqui na rua. Não temos muita informação de como isso está nos outros estados, mas a ideia é ficar aqui. Vamos fazer uma conversa agora para ver como vamos fazer.”
“Nunca fomos da base de sustentação do governo, mas, em nenhum momento, desde que se iniciou essa campanha de desestabilização, por meio da direita e do grande capital, a Intersindical se colocou, juntamente com outros setores do movimento social, em uma tentativa de barrar o golpe", afirmou. "Essa ofensiva da direita que não visa apenas a substituir o governo, o qual não apoiamos, mas implantar uma agenda que é para transferir para o grande capital e as multinacionais para restabeleceram o acúmulo de capital”, disse Edson Carneiro Índio.
“O ato hoje é mais um de uma série que temos feito nos últimos dois anos. Neste momento, ocorrem manifestações como esta em mais de 15 cidades, várias capitais. É mais uma etapa de mobilização contra o golpe. Uma coisa é o impeachment, que deve ser votado amanhã ou depois. O impeachment é uma etapa da luta. Outra coisa é o golpe permanente que as elites brasileiras, os empresários, a mídia de direita, o Parlamento e forças internacionais estão dando no Brasil", afirmou Raimundo Bonfim, coordenador-geral da Central de Movimentos Populares e da coordenação nacional da Frente Brasil Popular.
De acordo com Bonfim, a resistência contra o golpe é permanente. "Não se encerra agora, com a votação do impeachment, independentemente do resultado.” Ele disse que o ato desta segunda-feira na Avenida Paulista não foi muito grande porque os movimentos decidiram concentrar esforços em Brasília. “Não escondemos que, com a dificuldade de uma vitória no Senado, a expectativa de mobilização também vai caindo. Além do mais, estamos há quase dois anos toda semana fazendo atos. Chega o momento de um certo cansaço das pessoas nas ruas, mas a vontade de lutar continua”, afirmou.
Rede Brasil Atual, com reportagem de Gabriel Valery e informações da Agência Brasil - 30/8/2016
A manifestação começou na Praça do Ciclista por volta das 18h20. A PM fez um bloqueio para evitar que os manifestantes chegassem ao prédio da federação, a cerca de um quilômetro. Quando se aproximavam do prédio, pouco antes das 19h, os policiais começaram a repressão, justificada pelo fato e "não terem comunicado o trajeto". O ato foi recuado e ficou no vão livre do Masp, a poucos metros da Fiesp.
Após os jatos de água e as bombas, os manifestantes se dispersaram pela região. Parte deles seguiu pela Rua da Consolação em direção à Praça Roosevelt, no centro da cidade, e foram seguidos pela Tropa de Choque com bombas. "A maior repressão desde 2013", comentavam jornalistas, às lágrimas causadas pelas bombas.
Após tentativas de reagrupar o movimento em frente ao Masp, o Batalhão de Choque começou a avançar nos manifestantes. Acuados, foram formando barricadas no regresso até a Praça do Ciclista. O fundador da Gaviões da Fiel Torcida, o publicitário Chico Malfitani, em meio à confusão, lamentou a ação da polícia do governador Geraldo Alckmin (PSDB). "A manifestação seguia pacífica e quando chegaram na casa grande, eles atacaram. Mulheres e crianças", disse.
"Isso foi desnecessário. Se esse é o padrão de democracia de Temer, é lamentável", afirmou. Alguns manifestantes foram perseguidos nas ruas perpendiculares da avenida, enquanto o pelotão principal seguia até o fim da via. Sentado desolado em um ponto de ônibus, Chico desabafou: "Se você está achando difícil, fique preparado, pois este é apenas o começo".
A reação dos movimentos sociais também promete prosseguir. A Frente Povo Sem Medo bloqueou avenidas nesta terça-feira, a partir das 6h.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo e coordenador da Frente Brasil Popular no estado, Douglas Izzo, ressaltou que o protesto foi um ato de apoio à democracia. "Estamos aqui para denunciar o golpe contra uma presidenta eleita no voto popular, comandado pelas elites brasileiras, em especial pelos patrões da Fiesp”, disse Douglas Izzo.
Para o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro Índio, a ação da PM foi excessiva. “Eles tentaram interromper a manifestação antes de começar”, disse ele à Agência Brasil. “Vamos resistir e permanecer aqui na rua. Não temos muita informação de como isso está nos outros estados, mas a ideia é ficar aqui. Vamos fazer uma conversa agora para ver como vamos fazer.”
“Nunca fomos da base de sustentação do governo, mas, em nenhum momento, desde que se iniciou essa campanha de desestabilização, por meio da direita e do grande capital, a Intersindical se colocou, juntamente com outros setores do movimento social, em uma tentativa de barrar o golpe", afirmou. "Essa ofensiva da direita que não visa apenas a substituir o governo, o qual não apoiamos, mas implantar uma agenda que é para transferir para o grande capital e as multinacionais para restabeleceram o acúmulo de capital”, disse Edson Carneiro Índio.
“O ato hoje é mais um de uma série que temos feito nos últimos dois anos. Neste momento, ocorrem manifestações como esta em mais de 15 cidades, várias capitais. É mais uma etapa de mobilização contra o golpe. Uma coisa é o impeachment, que deve ser votado amanhã ou depois. O impeachment é uma etapa da luta. Outra coisa é o golpe permanente que as elites brasileiras, os empresários, a mídia de direita, o Parlamento e forças internacionais estão dando no Brasil", afirmou Raimundo Bonfim, coordenador-geral da Central de Movimentos Populares e da coordenação nacional da Frente Brasil Popular.
De acordo com Bonfim, a resistência contra o golpe é permanente. "Não se encerra agora, com a votação do impeachment, independentemente do resultado.” Ele disse que o ato desta segunda-feira na Avenida Paulista não foi muito grande porque os movimentos decidiram concentrar esforços em Brasília. “Não escondemos que, com a dificuldade de uma vitória no Senado, a expectativa de mobilização também vai caindo. Além do mais, estamos há quase dois anos toda semana fazendo atos. Chega o momento de um certo cansaço das pessoas nas ruas, mas a vontade de lutar continua”, afirmou.
Rede Brasil Atual, com reportagem de Gabriel Valery e informações da Agência Brasil - 30/8/2016