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São Paulo – Trabalhadores de todos os países, uni-vos. A citação é de um certo filósofo que viveu no século XIX e analisou o capitalismo como poucos. A orientação está sendo seguida pela CUT e demais centrais sindicais diante do cenário ameaçador aos direitos sociais e trabalhistas que se desenha no horizonte devido à abrupta mudança de governo.
> Video: recado dado; nenhum direito a menos!
> Fotos: galeria da manifestação na Paulista
Na terça-feira 16, além da CUT, outras grandes centrais como CTB, CSP, CGTB, Força Sindical, Intersindical, NCST e UGT levaram milhares de trabalhadores às ruas de diversas capitais do país no Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos. As manifestações têm o objetivo de barrar eventuais retrocessos trabalhistas e sociais.
“O único caminho que os trabalhadores têm contra a retirada de direitos é a unidade”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato. “Tem muitos ataques vindo aí, como a reforma da Previdência, a legalização da terceirização, [em tramitação no Senado], e só se os trabalhadores do Brasil inteiro se unirem a gente vai conseguir barrar esses retrocessos.”
Em São Paulo, o ato foi deflagrado em frente a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afinal, como também observou o filósofo citado no início do texto, a luta de classes é a alavanca para profundas mudanças sociais. A Fiesp é uma das principais articuladoras da ascensão de Michel Temer à presidência e grande apoiadora da retirada de direitos trabalhistas.
A entidade patronal, por exemplo, é defensora ferrenha da lei da terceirização. Um trabalhador terceirizado ganha em média 27% menos e trabalha em média três horas a mais por semana que um empregado contratado direto que exerce a mesma função. No setor bancário, um terceirizado chega a ganhar até 70% menos do que um colega.
> Envie e-mails aos senadores para pressiona-los a votarem contra o PL da terceirização (PLS 30/2015)
“Colocaram um pato gigante na frente dessa federação, dizendo que não iam pagar o pato, porque eles querem que quem pague somos nós, trabalhadores. Nós vamos aceitar?”, provocou Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos. “Temos de estar unidos contra os patrões, porque eles deram o golpe em cima da classe trabalhadora”, protestou.
Cayres lembrou que recentemente o presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) elogiou medidas que levassem a jornada de trabalho a aumentar das atuais 44 horas para 80 horas semanais. “Essa é a mentalidade dos patrões do Brasil, a mentalidade do século XVIII, escravagista. Eles não querem um país moderno. Querem continuar a explorar, como sempre exploraram, mas nós não vamos permitir.”
Juvandia lembrou de duas medidas propostas pelo governo interino de Temer que ameaçam o futuro das novas gerações de brasileiros. A primeira é a mudança do regime de exploração do pré-sal. Projeto de lei do então senador, hoje ministro das Relações Exteriores, José Serra, prestes a ser votado no Senado, tira da Petrobras a obrigatoriedade de ser a operadora única do pré-sal e de ter participação mínima de 30% nos campos licitados.
A mudança rasga o regime de partilha (lei 12.351/2010), aprovado em 2010, que garantia a aplicação do lucro dos royalties para um fundo social, de onde o governo teria recursos para aplicar em educação e saúde.
A outra é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela gastos públicos federais por 20 anos, sem respeitar percentuais estabelecidos para Saúde e Educação.
> PEC 241: alerta para desmonte do Estado
Segundo o economista João Sicsú, se essa proposta tivesse sido implantada nos últimos 10 anos, o orçamento para a Educação, por exemplo, que no ano passado foi de R$ 100 bilhões, teria sido 70% menor, baixando para R$ 30 bi. Na área da Saúde, cairia de R$ 100 bilhões para R$ 65 bi.
Crime – Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT, reforçou o risco das privatizações que voltam a assombrar o país. “É um crime a gente assistir mais uma vez a entrega do patrimônio público brasileiro. De novo a ameaça da privatização do Banco do Brasil, da Caixa, a entrega do pré-sal para o capital estrangeiro. O pré-sal é nosso passaporte para melhorar a Saúde e a Educação. Cada trabalhador, independente da categoria, tem motivo para ocupar as ruas. E se tentarem retirar nossos direitos, a classe trabalhadora vai para as ruas e promover a maior greve geral da história deste país.”
Rodolfo Wrolli – 16/8/2016
> Video: recado dado; nenhum direito a menos!
> Fotos: galeria da manifestação na Paulista
Na terça-feira 16, além da CUT, outras grandes centrais como CTB, CSP, CGTB, Força Sindical, Intersindical, NCST e UGT levaram milhares de trabalhadores às ruas de diversas capitais do país no Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos. As manifestações têm o objetivo de barrar eventuais retrocessos trabalhistas e sociais.
“O único caminho que os trabalhadores têm contra a retirada de direitos é a unidade”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato. “Tem muitos ataques vindo aí, como a reforma da Previdência, a legalização da terceirização, [em tramitação no Senado], e só se os trabalhadores do Brasil inteiro se unirem a gente vai conseguir barrar esses retrocessos.”
Em São Paulo, o ato foi deflagrado em frente a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afinal, como também observou o filósofo citado no início do texto, a luta de classes é a alavanca para profundas mudanças sociais. A Fiesp é uma das principais articuladoras da ascensão de Michel Temer à presidência e grande apoiadora da retirada de direitos trabalhistas.
A entidade patronal, por exemplo, é defensora ferrenha da lei da terceirização. Um trabalhador terceirizado ganha em média 27% menos e trabalha em média três horas a mais por semana que um empregado contratado direto que exerce a mesma função. No setor bancário, um terceirizado chega a ganhar até 70% menos do que um colega.
> Envie e-mails aos senadores para pressiona-los a votarem contra o PL da terceirização (PLS 30/2015)
“Colocaram um pato gigante na frente dessa federação, dizendo que não iam pagar o pato, porque eles querem que quem pague somos nós, trabalhadores. Nós vamos aceitar?”, provocou Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos. “Temos de estar unidos contra os patrões, porque eles deram o golpe em cima da classe trabalhadora”, protestou.
Cayres lembrou que recentemente o presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) elogiou medidas que levassem a jornada de trabalho a aumentar das atuais 44 horas para 80 horas semanais. “Essa é a mentalidade dos patrões do Brasil, a mentalidade do século XVIII, escravagista. Eles não querem um país moderno. Querem continuar a explorar, como sempre exploraram, mas nós não vamos permitir.”
Juvandia lembrou de duas medidas propostas pelo governo interino de Temer que ameaçam o futuro das novas gerações de brasileiros. A primeira é a mudança do regime de exploração do pré-sal. Projeto de lei do então senador, hoje ministro das Relações Exteriores, José Serra, prestes a ser votado no Senado, tira da Petrobras a obrigatoriedade de ser a operadora única do pré-sal e de ter participação mínima de 30% nos campos licitados.
A mudança rasga o regime de partilha (lei 12.351/2010), aprovado em 2010, que garantia a aplicação do lucro dos royalties para um fundo social, de onde o governo teria recursos para aplicar em educação e saúde.
A outra é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela gastos públicos federais por 20 anos, sem respeitar percentuais estabelecidos para Saúde e Educação.
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Segundo o economista João Sicsú, se essa proposta tivesse sido implantada nos últimos 10 anos, o orçamento para a Educação, por exemplo, que no ano passado foi de R$ 100 bilhões, teria sido 70% menor, baixando para R$ 30 bi. Na área da Saúde, cairia de R$ 100 bilhões para R$ 65 bi.
Crime – Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT, reforçou o risco das privatizações que voltam a assombrar o país. “É um crime a gente assistir mais uma vez a entrega do patrimônio público brasileiro. De novo a ameaça da privatização do Banco do Brasil, da Caixa, a entrega do pré-sal para o capital estrangeiro. O pré-sal é nosso passaporte para melhorar a Saúde e a Educação. Cada trabalhador, independente da categoria, tem motivo para ocupar as ruas. E se tentarem retirar nossos direitos, a classe trabalhadora vai para as ruas e promover a maior greve geral da história deste país.”
Rodolfo Wrolli – 16/8/2016