São Paulo – A partir da quarta-feira 23, os trabalhadores da Caixa, em conjunto com o movimento sindical, farão atos semanais em todo o país por melhores condições de trabalho, em defesa do caráter social e público do banco e contra o seu desmonte. A deliberação pela intensificação dos protestos é uma reação à negociação ocorrida na terça feira 15, em Brasília, quando representantes do banco indicaram a possibilidade de encerrar até 100 agências.
Sindicatos e federações promoverão atos públicos nas unidades, reuniões nos locais de trabalho e audiências públicas a fim de chamar a atenção da sociedade para a política do governo que visa a redução do papel social da Caixa e demais bancos públicos como Banco do Brasil, BNB, Banco da Amazônia, BNDES.
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Uma reestruturação no banco, iniciada em julho, está atacando as áreas meio da Caixa e reduzindo número de empregados e funções nos departamentos responsáveis pelas funções sociais da instituição. As principais afetadas são as Gifug (gerências de Fundo de Garantia), Gigov (gerências que cuidam dos programas sociais) e as Cehabs (responsáveis pelo crédito habitacional, uma das principais funções sociais do banco.
A ampliação das ações em defesa da Caixa, envolvendo a sociedade e prefeituras, câmaras de vereadores, associações de bairro, dentre outras, foi uma das deliberações do 33º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), realizado em São Paulo, 29 de junho a 2 de julho deste ano.
“O desmonte do banco promovido pelo governo atual não prejudica somente os empregados, mas toda a sociedade, uma vez que a Caixa é responsável pelo financiamento de mais de 70% do crédito imobiliário do país, obras de infraestrutura, projetos de geração de renda, políticas sociais, além de crédito com juros mais baixos. Temos de lutar contra a política que busca diminuir a função social do banco e pretende copiar a atuação das instituições privadas, interessadas somente na lucratividade”, afirma o dirigente sindical Francisco Pugliesi, o Chico.
Os atos deverão ser realizados todas quartas-feiras, a partir do dia 23 de agosto, pelo menos até a próxima negociação com a direção (ainda sem data marcada), a fim de pressionar pela revogação de medidas que precarizam as condições de trabalho e o atendimento à população, como fechamento de agências, reestruturação, verticalização e a ampliação do programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP).