São Paulo - O presidente da CUT, Vagner Freitas, analisa em artigo publicado na página da central as consequências da política econômica do governo ilegítimo de Michel Temer, que tem sido desastrosa para os trabalhadores. Além da antireforma trabalhista, que destroi direitos históricos, a política recessiva de Temer não para de jogar trabalhadores no desemprego e no subemprego.
Subemprego e submoradia
O total de trabalhadores subempregados aumentou para 11,5% – pulou de 5,2 milhões para 5,8 milhões – no 2º trimestre, segundo o IBGE.
E o total da força de trabalho subutilizada – que inclui desempregados, subempregados e a força de trabalho potencial (pessoas que não procuram empregos) – chegou a 26,3 milhões de pessoas no mesmo período.
Temer e os patrões devem estar felizes, eles queriam isso mesmo, tirar direitos e jogar a classe trabalhadora no subemprego, na miséria. Foi para isso que aprovaram o desmonte da CLT, que eles chamaram de reforma Trabalhista.
Os dados da tragédia brasileira, que constam da pesquisa ampliada da Pnad Contínua, divulgada nesta quinta-feira (17), é a maior comprovação de que o governo golpista e ilegítimo de Temer legalizou o “bico”. É o fim do contrato de trabalho formal, da carteira assinada, dos direitos.
E a triste ironia é que a comprovação do prejuízo para os trabalhadores que as reformas de Temer representam foi feita justamente por uma organização oficial do governo, o IBGE.
A pesquisa também trouxe dados sobre o desempregado, que hoje atinge 13,5 milhões de pessoas em todo o Brasil. O maior contingente de trabalhadores afetados pelo golpe vive na região Nordeste, onde 3,9 milhões estão desempregados.
Pernambuco é o Estado com a maior taxa de desemprego (18,8%). Em 2º lugar vem Alagoas (17,8%) e, em 3º lugar vem a Bahia, com 17,5%.
Do total de desempregados, 2,924 milhões de pessoas, pais e mães de famílias que dependem do emprego para sobreviver, estavam em busca de emprego há dois anos ou mais.
O percentual de pessoas que trabalham por conta própria no Norte (31,8%) e Nordeste (29,8%) é muito superior ao das demais Regiões do país. Mais uns meses e seremos todos trabalhadores informais se não nos mobilizarmos.
Com Temer, trabalhador só tem notícia ruim.
Com essa turma no governo não existe possibilidade de desenvolvimento sustentável, com distribuição de renda, justiça e inclusão social.
Eles só pensam em como aumentar os lucros dos empresários, muitos deles deputados e senadores que aprovam leis contra a classe trabalhadora e, óbvio, em benefício próprio e de sua turma.
Eles não pensam no país e muito menos em quem, com o seu trabalho, constrói as riquezas do Brasil.
Mais do que nunca é necessário que todas as categorias de trabalhadores se mobilizem para retomar os direitos que nos foram roubados, e lutar para manter e ampliar as nossas conquistas, mesmo que para isso tenhamos de renovar 100% deste Congresso Nacional cheio de reacionário e eleger um presidente comprometido com os interesses da classe trabalhadora.
Vagner Freitas
Presidente da Central Única dos Trabalhadores