A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) é contrária à decisão da diretoria e do Conselho Deliberativo da Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), que aprovaram reforma estatutária e revisão do custeio que favorece ao banco e prejudica os associados.
O Conselho da Cassi encaminhou a proposta ao banco para levar à votação dos associados. O que foi aprovado só vale se mais de 50% dos associados votarem e 2/3 dos votantes aprovarem a proposta.
A Cassi não divulgou o que foi aprovado à revelia dos associados, mas a Contraf-CUT teve conhecimento que os pontos principais são os seguintes:
• Criação do voto de minerva a favor do banco na Diretoria da Cassi;
• Banco pode vetar decisões do Conselho Deliberativo;
• Transferência para os indicados pelo banco grande parte da gestão da atividade-fim da Cassi, reduzindo a representação dos associados;
• Aumento definitivo da contribuição dos associados para 4%, mantendo as contribuições do banco em 4,5%, quebrando a relação 60x40 entre BB e associados;
• Estabelecimento de cobrança por dependente de ativos, com contrapartida do BB;
• Estabelecimento de cobrança por dependente de aposentados, sem contrapartida do BB;
• Novos funcionários do BB não serão inscritos no atual plano de saúde da Cassi;
• Futuros aposentados vão pagar a Cassi sozinhos, sem contribuição patronal.
Votaram a favor da proposta o diretor eleito Luiz Satoru e o conselheiro deliberativo eleito Sérgio Faraco, ambos indicados pelo banco. Foram contrários o diretor eleito Humberto Almeida e os conselheiros eleitos Karen D’Ávila e Ronaldo Ferreira.
A Contraf-CUT fará campanha contra a aprovação da proposta, que quebra a solidariedade, onera os associados e reduz as contribuições patronais, transfere o controle da Cassi para o banco, discrimina os aposentados e os novos funcionários, colocando o atual Plano de Associados em extinção.
“O banco fugiu da mesa de negociação porque sabia que não aceitaríamos estes absurdos”, avalia Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa do Banco do Brasil. “Para aprovar esta proposta, o BB contou com a ajuda de dois dirigentes eleitos, que traíram seus compromissos com os associados”, completa.