Goteiras em salas de aulas, falta de impressoras e de merenda. O cenário das escolas técnicas e da rede pública relatado por professores revela parte do atual cenário da educação pública no estado de São Paulo.
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
O professor de sociologia e artes da Escola Estadual Professor Narbal Fontes, Silvio Viana, conta que gasta seu próprio dinheiro para imprimir o material de suas aulas. "A situação no estado é precária. Não temos nem impressora na escola, nem material. Os professores se viram. O docente não pode explicar a matéria como quer também, mas como o governo quer. Isso precariza o processo de aprendizado."
Micheli Souza da Silva, professora de sociologia da Escola Estadual Professor Augusto de Carvalho, na Freguesia do Ó, afirma que a reorganização escolar fechou aproximadamente 35% das salas de aula da escola em que leciona. "A gente tem um processo de reorganização na qual 35% das salas foram fechadas. As escolas possuem goteiras, falta de funcionários. O governador roubou merenda dos estudantes e, hoje, é um presidenciável", critica.
Além da infraestrutura prejudicada, foram mais de 9 mil salas de aulas fechadas entre 2015 e 2018, sendo 1800 delas apenas este ano, de acordo com dados do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, a Apeoesp.
Relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do ano passado explica a superlotação de salas de aula, criticada pelo sindicato, como um dos resultados da eliminação de aproximadamente 270 turmas de primeiro ano do ensino médio.
Por meio de nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou que não houve fechamento de salas na Escola Estadual Professor Augusto Carvalho e que a Escola Estadual Professor Narbal Fontes possui a quantidade de professores dentro do recomendado pela Secretaria. A nota acrescenta que a oferta de merenda segue feita normalmente.