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Artigo

Presidenta do Sindicato, Ivone Silva, comenta MP 881

Linha fina
Dirigente critica medida que, em nome de uma suposta liberdade econômica e geração de empregos, retira mais direitos dos trabalhadores, entre eles as folgas aos domingos e feriados
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Foto: Seeb-SP

Em artigo, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, denuncia a MP 881/2019 como mais uma medida que, sob a desculpa da ‘liberdade econômica’ para alavancar a economia, ataca direitos fundamentais dos trabalhadores, como os descansos aos domingos e feriados.

De autoria do governo federal – e relatoria do deputado do Partido Progressista (PP), Jerônimo Goergen (RS), que tornou a medida ainda mais nefasta –, a MP 881 foi aprovada por grande maioria dos deputados (345 votos a 76) no último dia 14, e agora aguarda a apreciação no plenário do Senado. 

Veja como votaram os deputados

Leia o artigo abaixo:

Liberdade econômica para quem?

Ivone Silva*

O texto-base da Medida Provisória 881, a chamada “MP da liberdade econômica”, foi aprovado na Câmara dos Deputados, e é mais uma medida da pauta neoliberal que pretende deixar a resolução de todos os problemas do país sob a batuta da mão invisível do mercado.

Com a MP, a folga aos domingos e feriados está ameaçada: o texto aprovado permite o trabalho nesses dias, e sem a obrigatoriedade do pagamento de horas extras em dobro, como determinava a legislação trabalhista; assim, o empregador poderá “compensar” o trabalhador com uma folga em outro dia da semana. A folga semanal correspondente, antes definida por acordos com sindicatos, agora será determinada pelo próprio empregador. O descanso aos domingos foi garantido apenas uma vez a cada quatro semanas.

A MP 881 aumenta a “liberdade econômica” da empresa ao impor as suas próprias regras, e tem como objetivo tirar o poder dos sindicatos, deixando o trabalhador desprotegido. Querem tirar o sindicato da regulação, e dar às empresas total autonomia para fazer do jeito que quiserem, para aumentar seus lucros com o fim dos direitos trabalhistas.

Sabemos que o país só vai sair dessa crise econômica com a geração de emprego. Mas acabar com os direitos vai piorar as condições de trabalho e de vida dos trabalhadores. A geração de empregos só ocorre com dinamismo econômico, investimento público e políticas públicas ativas que consigam gerar demanda agregada.

Os bancários estarão na luta contra essa “minirreforma trabalhista”. A história do Sindicato retrata uma trajetória de luta pelo fortalecimento da democracia, por inclusão social e pela ampliação de direitos à classe trabalhadora. Temos como prioridade o emprego e manutenção dos direitos conquistados.

*presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

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