O lucro do Itaú segue expressivo, mesmo em meio à crise causada pelo novo coronovírus. O banco obteve lucro líquido recorrente de R$ 8,117 bilhões no primeiro semestre de 2020, e alta de 7,5% no trimestre – o lucro do primeiro trimestre foi de R$ 3,9 bilhões, e o do segundo trimestre chegou a R$ 4,205 bilhões. De acordo com o banco, este resultado reflete sinais de melhora no 2º trimestre de 2020, que gerou menores Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) em relação ao 1º trimestre (queda de 27,3%).
No acumulado do semestre, no entanto, as despesas de PDD, que é a provisão feita pelos bancos para cobrir possíveis calotes, tiveram alta de 111,2% em relação ao primeiro semestre de 2019. Com isso, o banco teve redução de 41,6% no lucro em relação ao mesmo período de 2019.
Ao final do 1º semestre de 2020, a holding contava com 84.343 empregados no país, com fechamento de 818 postos de trabalho em doze meses.
No trimestre, porém, houve um saldo positivo de 2.236 novos postos de trabalho no banco, em função de contratações para a área de TI e do “compromisso de manutenção dos empregos durante a crise”.
“O compromisso de não demitir durante a crise do coronavírus foi feito após cobrança do movimento sindical, e reforça a importância dos sindicatos para a manutenção dos empregos e dos direitos em um dos setores mais lucrativos da economia brasileira. E, ainda que o resultado do banco tenha caído em relação ao primeiro semestre de 2019, o lucro do banco segue aumentando no segundo trimestre em relação ao primeiro, o que comprova que o Itaú pode atender às reivindicações dos trabalhadores na Campanha Nacional dos Bancários 2020”, afirma Marta Soares, diretora executiva do sindicato dos bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancária do Itaú.
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Do total de trabalhadores admitidos, 1.448 empregados da Zup (empresa de tecnologia adquirida em outubro de 2019), passaram a compor o quadro do banco. Em doze meses, foram fechadas 177 agências físicas (sendo uma no trimestre) e não foi aberta apenas nenhuma agência digital, totalizando 3.155 e 196, respectivamente.
A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias caiu 0,5% em doze meses, totalizando R$ 19,2 bilhões. As despesas de pessoal, por sua vez, caíram 2,4%, somando R$ 11,7 bilhões. Com isso, a cobertura destas pelas receitas secundárias do banco foi de 164,1% no período.
“Este dado comprova que o Itaú pode e deve aumentar a oferta de empregos, seja para prestar melhor atendimento à população, seja para diminuir a sobrecarga de trabalho, que é nítida e causa tantos adoecimentos nos trabalhadores. Ou seja: para contribuir com a diminuição do desemprego no país, que teve alta 26% em sete semanas e atinge 12,4 milhões de pessoas”, afirma Marta.
A Carteira de Crédito do banco cresceu 20,3% em doze meses e 2,9% no trimestre, atingindo R$ 811,3 bilhões.
As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 2,9% em relação a junho de 2019, chegando a R$ 228,0 bilhões, com destaque para crédito pessoal (+14,2%), veículos (+13,2%) e crédito imobiliário (+11%).
As operações com pessoas jurídicas (PJ) no país somaram R$ 228,7 bilhões, com alta de 29,2% em doze meses. Veículos (+66,3%), Financiamento à importação/exportação (40,6%) e Capital de Giro (+36,5%) foram os destaques positivos no segmento.
A carteira de crédito para a América Latina apresentou alta de 30,2% no período, totalizando R$ 200,8 bilhões. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias, no país, caiu 0,3 pontos percentuais, ficando em 3,2%. Ainda assim, as despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) cresceram 111,2%, totalizando R$ 17,8 bilhões.