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Chapéu
Artigo

Ivone Silva: Quem perdeu com o golpe no Brasil?

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Ivone Silva

Há exatos cinco anos, em 31 de agosto de 2016, o Senado ratificou o golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff.

O apoio da mídia tradicional foi fundamental para manter o golpe covarde e mentiroso, com o apoio de um Congresso sem compromisso com os trabalhadores, e o apoio de empresários, mercado financeiro, e parte do judiciário. Não aceitaram o resultado das eleições diretas, provocaram um impeachment, sem crime, e instalaram um projeto de governo que não foi aprovado pela população.

Após articular o golpe contra a presidenta Dilma, Temer se uniu com os partidos da base aliada para acabar com a Previdência, a saúde e a educação públicas e retirar direitos dos trabalhadores, atendendo a interesses de grupos como bancos e grandes empresas que ganharam muito com esse desmonte das empresas públicas.

O objetivo sempre foi acabar com o projeto de desenvolvimento econômico e social que os governos do PT implantaram desde 2003. Apoiaram um governo neoliberal que aprovou uma agenda patronal de flexibilização da CLT e extinção ou redução de programas sociais.

Depois do golpe, os mesmos setores conservadores investiram em um candidato como Bolsonaro, para manter a política de retirada de direitos dos trabalhadores. E hoje toda a população sabe e percebe o resultado desse desmonte, com alto índice de desemprego, retirada de direitos, aumento da miséria e da fome, desmonte das políticas públicas e sociais.

Nunca, na nossa história democrática, os trabalhadores perderam tanto. Sabemos que pagamos o preço pela ruptura democrática e por uma sequência criminosa, como a condenação sem provas pelo TRF4 do ex-presidente Lula, por “suposta prática de atos indeterminados”, após preocupante fragilidade jurídica, com atos manipulados e conduzidos seletivamente, com a finalidade de afastar Lula das eleições presidenciais.

Lutamos diariamente contra um golpe que restringe ou acaba com direitos e enfraquece a luta dos trabalhadores. Esse desmonte teve o objetivo de mudar um projeto de estado na promoção do desenvolvimento econômico e social para um projeto de concentração de renda, com um estado mínimo, entregando para o mercado inclusive a gestão das políticas públicas.

Certamente quem ganhou não fomos nós. E temos de reconstruir esse país. Os trabalhadores sabem que é fundamental se unir com suas entidades de classe. Não há chance de vitória sem união e não há avanços sem Sindicatos fortes e combativos. Não há democracia sem a participação dos trabalhadores.

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