A Caixa obteve no 1º semestre de 2023 lucro líquido recorrente de R$ 4,5 bilhões, crescimento de 3,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro do 2º trimestre foi de R$ 2,6 bilhões, alta de 33,5% em comparação com o trimestre anterior. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do banco (ROE) ficou em 8,24%, com redução de 1,31 p.p. ao longo de doze meses e aumento de 0,69 p.p. no trimestre.
Nos seis primeiros meses deste ano, em decorrência, sobretudo, do aumento nas receitas com operações de crédito (34,6%), o banco alcançou margem financeira de R$ 28,8 bilhões, com crescimento de 22,9% em comparação ao mesmo período de 2022. Por outro lado, houve elevação de 24,9% nas despesas de provisão para devedores duvidosos, que totalizaram R$ 9,7 bilhões. Apesar do aumento semestral, essas despesas tiveram retração de 4,8% no 2º trimestre.
Emprego e condições de trabalho
Com fechamento de 428 postos de trabalho em doze meses, a Caixa, que em 2014 chegou a ter 101.484 empregados, encerrou o 1º semestre de 2023 com apenas 86.473 empregados. Por outro lado, o banco registrou incremento de aproximadamente 2,5 milhões de novos clientes em 12 meses. Isso faz com que cada empregado seja responsável por atender, em média, 1.751,7 clientes.
"Houve um aumento significativo nos saldos de crédito, captação e no número de clientes. É preciso garantir que os empregados tenham condições de atender a demanda, que deve crescer ainda mais. A sobrecarga de trabalho brutal, junto com metas abusivas e irreais, e a cobrança por meio de ferramentas como TDV e PQV, estão adoecendo os empregados. É necessário que a Caixa abra os olhos para a real situação a que os empregados estão submetidos, em especial os da rede", enfatiza a dirigente do Sindicato e empregada da Caixa, Luiza Hansen.
"É papel da Caixa executar políticas públicas e contribuir para a reconstrução do país, mas é preciso que os empregados tenham condições de trabalho adequadas. Além da falta de empregados, os sistemas sempre apresentam problemas, o parque tecnológico está defasado, e existem problemas sérios no suporte. E, como se não bastasse, a centralização das áreas de pessoas e infraestrutura prejudica ainda mais as condições de trabalho", acrescenta.
Somente com o que arrecada com prestação de serviços e com tarifas bancárias - receita secundária que cresceu 3% em doses meses, atingindo R$ 12,5 bilhões - a Caixa cobre 86,5% do total de despesas com pessoal, incluindo a PLR.
Outros números
A Carteira de Crédito Ampliada da Caixa teve alta de 14,4% em doze meses, totalizando R$ 1,1 trilhão em junho de 2023.
As operações de crédito comercial com pessoas físicas cresceram 9,6% no período, totalizando R$ 125,9 bilhões. No segmento de pessoas jurídicas, o crescimento foi de 11,8% em relação ao 1º semestre de 2022, somando R$ 89,0 bilhões. Com saldo de R$ 682,8 bilhões e participação de 64,3% na composição da carteira do banco, o crédito imobiliário cresceu 15,0% em doze meses.
As operações de saneamento e infraestrutura cresceram 5,3%, no período, totalizando R$ 98,5 bilhões. Com saldo de R$ 49,4 bilhões, o crédito rural apresentou o maior crescimento, de 60,5%.
A taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 2,79%, com aumento de 0,06 p.p. na comparação com o 1º trimestre e de 0,9 p.p. em relação ao 1º semestre de 2022. Em relevante medida, esse crescimento foi consequência de evento com cliente específico ocorrido na carteira de saneamento e infraestrutura. Sem esse acontecimento, o índice teria sido de 2,46%.