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Essa primeira greve é um aviso aos banqueiros. Os trabalhadores rejeitaram em duas assembléias a proposta de 4% feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). As assembléias ocorreram no dia 21, na Praça do Patriarca, e no dia 22, no Bradesco Cidade de Deus, onde os bancários enfrentaram a violência da Polícia Militar. A Fenaban foi comunicada da rejeição no dia 22, mas até agora não marcou nova rodada de negociação.
“Os banqueiros já conhecem as nossas reivindicações, que foram debatidas durante meses pelo Brasil afora, em conferências estaduais e na nacional. Os bancários não abrem mão de aumento real e de uma participação nos lucros mais justa”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.
Banana – Hoje os bancários percorreram cerca de 20 agências do centro de São Paulo (ruas São Bento, 15 de Novembro e Boa Vista) numa atividade bem-humorada. “Banqueiros” fantasiados distribuíram 1.200 bananas aos clientes e bancários, para retratar o tratamento dispensado aos trabalhadores, com o índice oferecido, e o péssimo atendimento prestado ao público.
“As atividades dos bancários são assim. Alegres, bem-humoradas, pacíficas. Esperamos que os banqueiros mantenham o nível, marquem nova rodada de negociação e apresentem proposta decente. Se não, os bancários vão parar e não será somente por 24 horas”, avisa Marcolino. Em Encontro Nacional, no dia 1º de outubro – que acontece em São Paulo, na Quadra dos Bancários –, os trabalhadores deliberam sobre a greve por tempo indeterminado a partir de 6/10.
Na rua – Desde sábado, dezenas de outdoors estão nas principais vias da cidade: com a frase “#$¨@**&/#<@##¨#!*&>@?|}#”, traz as imagens dos presidentes dos principais bancos do país. “Queremos mostrar à população quem são os culpados pelos possíveis transtornos causados por uma greve que os banqueiros, que tanto lucram, estão obrigando os trabalhadores a fazer”, diz o presidente do Sindicato.
Reivindicações – A minuta de reivindicações entregue aos banqueiros em 11 de agosto contém 100 cláusulas econômicas e sociais. Saúde é um dos eixos de campanha e há cláusulas de prevenção, reabilitação e isonomia dos trabalhadores afastados com os da ativa. Os bancários querem reajuste salarial de 11,77%, PLR maior (um salário mais valor fixo de R$ 788 acrescidos de 5% do lucro líquido distribuídos de forma linear entre os funcionários), valorização dos pisos, garantia de emprego e novas conquistas – como o 14º salário, 13ª cesta-alimentação, proteção salarial (reajuste sempre que a inflação acumulada alcançar 3%). Dentre as cláusulas sociais, há pontos como a promoção da igualdade de oportunidades e o controle de tempo de espera nas filas. Também são reivindicados o fim da terceirização e a recontratação dos terceirizados; ampliação do horário de atendimento ao público para das 9h às 17h, com dois turnos de trabalho; medidas para coibir e combater o assédio moral; continuidade dos trabalhos da Comissão de Segurança Bancária; eleição de delegados sindicais nos locais de trabalho.
A categoria – A data-base da categoria é 1º de setembro. No Brasil há cerca de 400 mil bancários. Em São Paulo, Osasco e Região são 106 mil trabalhadores distribuídos em torno de 3 mil locais de trabalho. No ano passado, os bancários receberam reajuste salarial que variou entre 8,5% e 12,77% (no piso salarial), contra uma inflação de 6,4%.