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Paralisação dos bancários em São Paulo chega a 30% da categoria

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No último balanço realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, às 16h30, subiu para 279 o número de agências e centros administrativos paralisados pela greve nesta terça-feira, dia 26, entre paralisações totais e parciais. A greve abrangeu cerca de 34 mil trabalhadores, dos 106 mil que atuam na base do Sindicato. Foram 57 locais parados no Centro; 74 na Zona Leste; 20 na Zona Sul; 16 na Zona Norte; 58 na Zona Oeste; 31 na região de Osasco e 23 na da Paulista.

Pela manhã, os bancários sofreram com a repressão policial. Apesar disso, o movimento grevista cresceu ao longo do dia. A PM foi acionada pelo Unibanco da Praça do Patriarca, Nossa Caixa e Bradesco da rua 15 de Novembro, Bradesco da rua Boa Vista e Safra da avenida Paulista.

O Sindicato também recebeu denúncias de crime contra a organização do trabalho no Unibanco da Praça do Patriarca. O banco teria obrigado trabalhadores a permanecer durante toda a noite no local para furar a greve. A Delegacia Regional do Trabalho foi acionada e está apurando a denúncia.
Amanhã, dia 27, os bancos funcionam normalmente.

Negociação – Uma nova rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) será realizada nesta quarta-feira, dia 27, às 15h, no hotel Gran Meliá Mofarrej (alameda Santos, 1.437).
 
“Os bancários demonstraram sua disposição de luta em todo o país. Se a rodada de negociação que acontece amanhã for mais uma enrolação, a categoria pode voltar à greve e, dessa vez, por tempo indeterminado”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “O lucro do setor cresceu, em média, mais de 40% no primeiro semestre de 2006 e os banqueiros ficam dizendo que não podem reajustar os salários de seus funcionários. Os trabalhadores estão revoltados e com razão”, completa o dirigente.

A categoria reivindica aumento real de salários de 7,05%, além da reposição da inflação, e participação maior nos lucros e resultados – de 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500. No ano passado, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento real), mais R$ 1.700 de abono e PLR mínima de 80% do salário mais R$ 800, após seis dias de greve no mês de outubro.

A minuta dos bancários foi entregue no dia 10 agosto, quando aconteceu a primeira rodada e foram apresentadas as cláusulas prioritárias. Outras rodadas aconteceram nos dias 21 e 29 de agosto, 15 e 19 de setembro. No Brasil há pouco mais de 400 mil bancários, 106 mil deles atuam na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A data-base é 1º de setembro.

Outras reivindicações – Além das cláusulas econômicas, os trabalhadores querem o fim do assédio moral e das metas abusivas; a isonomia de direitos entre trabalhadores aposentados, afastados e de bancos que sofreram fusões; a manutenção do emprego – por meio da proibição de dispensas imotivadas e da ampliação do horário de atendimento com dois turnos de
trabalho – e a redução dos juros e das tarifas.

Também são consideradas prioritárias as cláusulas que reivindicam 14º salário; plano de cargos e salários para todos os trabalhadores; regramento da remuneração variável; aumento na gratificação de caixa; vale-alimentação de R$ 300; auxílio creche/babá de um salário mínimo; auxílio-educação para todos os funcionários; fim da terceirização de serviços; criação de comissão de segurança bancária; isenção de tarifas para todos os bancários; delegados sindicais em todos os bancos; programa de reabilitação profissional.
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