O Comando Nacional dos Bancários e a federação dos bancos (Fenaban) realizam nesta semana dois dias consecutivos de negociação: terça e quarta-feira, 16 e 17 de setembro. Saúde, segurança bancária, igualdade de oportunidades e emprego abrem as discussões. O objetivo é que as reivindicações econômicas entrem na pauta ainda nesta quarta-feira.
“O crescimento do PIB dos bancos, duas vezes maior do que o do país, é mais um indicador – como senão bastassem rentabilidade, ativos e lucro elevados - de que os bancos podem atender às reivindicações dos bancários. E é um termômetro claro de o quanto os bancários estão trabalhando para que as instituições financeiras tenham esses resultados”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos bancários de São Paulo, Osasco e região. “Queremos melhores salários e condições dignas de trabalho”, ressaltou.
Saúde – Os representantes dos trabalhadores apresentaram à Fenaban uma proposta para o programa de reabilitação profissional. Os bancários afastados que voltaram à ativa sem a devida reabilitação ou que estão de alta pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) devem passar pelo programa. O objetivo é assegurar condições de reinserção do empregado ao local de trabalho.
Segurança bancária – Os banqueiros, que até agora se recusavam a discutir o assunto, admitiram retomar a comissão de segurança bancária, reivindicada pelos bancários. Sobre assaltos, os banqueiros disseram que vão estudar a possibilidade de emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), para preservar os direitos previdenciários dos funcionários que presenciaram o crime. Os bancários defendem ainda que as agências só abram, após assalto, se tiverem condições adequadas de segurança. Quanto ao transporte de numerário pelo bancário, proibido por lei, deverá ser buscada solução definitiva na comissão de segurança.
Econômicas – Os bancários exigem aumento de 13,23% (inflação mais aumento real de 5%), vale alimentação e auxílio-creche de R$ 415; e vale-refeição de R$ 17,50 por dia. A PLR reivindicada é de três salários mais valor fixo de R$ 3.500, sem teto, nem limitador.
Para o piso, é cobrado aumento progressivo, em três anos, até atingir o valor do Dieese (R$ 2.074), sendo incorporado 50% da diferença entre o piso da categoria (R$ 921,49) e o piso do Dieese neste ano, 25%, em 2009, e outros, 25% em 2010. Desta forma, neste ano, o piso da categoria passaria a valer R$ 1.497,75 para escriturários, R$ 1.947,07 para caixas e tesoureiros, R$ 2.321,50 para primeiro comissionado, e R$ 3.369,93 para gerente.
Além do reajuste salarial, os bancários querem regrar a remuneração variável. A reivindicação é de distribuição de 5% da receita de prestação de serviços de forma igualitária entre todos os bancários. O pagamento deverá ser feito após a publicação do balanço trimestral. Além disso, 10% de toda a produção da agência deve ser distribuída entre os trabalhadores da unidade.
Mobilização – No dia 25 de setembro acontece uma plenária nacional da categoria, em São Paulo. O objetivo desse encontro, que vai reunir bancários de todo o Brasil, é avaliar o andamento da campanha e decretar a greve caso até lá os banqueiros não tenham atendido as reivindicações dos trabalhadores.
Dados da Categoria – Os bancários são uma das poucas categorias no país que possuem um acordo coletivo de trabalho com validade nacional. Todos os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. A categoria conta com mais de 434 mil bancários, sendo 120 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
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