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Bancários decidem hoje em assembleia se entram em greve por tempo indeterminado

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Os bancários de São Paulo, Osasco e Região decidem em assembleia, nesta quarta-feira 23, às 19h, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192 – Sé), se entram em greve por tempo indeterminado a partir de amanhã 24. O Sindicato orienta os trabalhadores a rejeitarem proposta da federação dos bancos (Fenaban) de reajuste salarial de 4,5% (que repõe apenas a inflação) e de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) menor do que a paga no ano passado. Os bancários reivindicam 10% de reajuste salarial e PLR de três salários mais valor fixo de R$ 3.500.

“Os bancários não abrem mão de aumento real nos salários, de uma PLR maior e mais justa e de proteção aos empregos frente aos processos de fusão. Os bancos que mantiveram seus lucros elevados e que lideram o ranking de rentabilidade das Américas têm condições de atender às reivindicações da categoria”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e membro do Comando Nacional dos Bancários. “Com essa proposta rebaixada os banqueiros estão levando os trabalhadores à greve”, destacou.

Práticas antissindicais – O presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, denunciou ao secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, a realização da reunião entre responsáveis pela segurança dos bancos e o Comando da Polícia Militar (PM), da capital paulista, para montar um esquema de repressão a uma “possível” greve dos bancários.

Em reunião na tarde desta terça-feira 22, Marcolino apresentou o e-mail encaminhado pela federação dos bancos (Febraban) aos seus filiados convocando para o encontro com a PM. Ao ver que um dos itens da audiência era “planejamento de ações conjuntas frente ao movimento grevista”, Ferreira Pinto foi taxativo: “é evidente que houve a reunião. Isso é um equívoco. Não é um procedimento correto”, disse o secretário ao afirmar que irá procurar o comandante da Polícia Militar para tratar do assunto. “A greve é um direito constitucional. A obrigação da PM é mantê-la em termos pacíficos”, destacou.

Confira as reivindicações da categoria frente à proposta rebaixada da Fenaban

Reajuste salarial – Os bancários querem 10% de reajuste salarial. A Fenaban propõe apenas 4,5% de reajuste, o que repõe apenas a inflação do período e zero de aumento real.

PLR – Os bancários reivindicam PLR composta por três salários mais valor fixo R$ 3.500. A proposta rebaixada da Fenaban prevê pagamento de 1,5 salário, limitado a R$ 10 mil e a 4% do lucro líquido do banco. No passado, os bancários receberam até 2,2 salários limitado a R$ 13.862. Pela regra atual, os bancos têm que distribuir entre 5% e 15% de seu lucro liquido, mas propõe diminuir o teto para 4% do lucro líquido. Em 2008, os bancários receberam até R$ 1.980 de valor adicional à PLR. Se os bancários aceitassem a atual proposta da Fenaban, esse valor adicional seria de até R$ 1.500.

Proteção ao emprego e mais contratações – Boa parte da categoria trabalha em bancos que estão em pleno processo de fusão e incorporação: Itaú e Unibanco; Santander e Real; Banco do Brasil e Nossa Caixa. Uma das principais reivindicações da categoria é incluir cláusulas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que proteja os empregos e não deixem os trabalhadores tão vulneráveis nos processo de fusão. Os bancários também exigem mais contratações para melhor o atendimento e reduzir o ritmo intenso de trabalho, que adoece a categoria. A Fenaban recusa-se a discutir o assunto.

Saúde e condições de trabalho – Os bancários reivindicam o fim do assédio moral e da metas abusivas, vilões que provocam o adoecimento de diversos trabalhadores da categoria. Até agora não houve avanços no debate que Fenaban remete para novembro com retomada de grupos de trabalho.
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