São Paulo – A luta pela reforma política avança em outras frentes ao mesmo tempo em que o plebiscito popular em prol da reivindicação ganha força nas ruas. Parlamentares de partidos de esquerda coletam assinaturas de deputados para um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que também determina a consulta aos brasileiros.
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A proposta, capitaneada pelos deputados federais Renato Simões (PT-SP) e Luiza Erundina (PSB-SP), depende de 172 assinaturas para ir a plenário, o equivalente a um terço da Câmara Federal. A ideia é que seja protocolada junto com os 10 milhões de votos que os movimentos favoráveis ao plebiscito pretendem reunir até o dia 7 de setembro.
Só parlamentares do PT, PCdoB, PSOL e PSB, além de um deputado do PSD, participaram da atividade de abertura da urna do plebiscito, que permanecerá no Hall da Taquigrafia do Congresso até sexta 5.
Entenda – A reforma no sistema político brasileiro foi sugerida pela presidenta Dilma Rousseff (PT) após as manifestações populares que varreram o país em junho do ano passado. Entretanto, a ideia foi ignorada por setores conservadores do Congresso Nacional e da mídia.
Diante dessa reação, os movimentos sociais decidiram, em plenária nacional em setembro de 2013, assumir a execução do plebiscito constituinte.
O Sindicato é uma das 400 entidades organizadoras do plebiscito e instalou urnas fixas em sua sede, todas as suas regionais e dois pontos do centro da capital: na Praça Antônio Prado e na Praça do Patriarca. Além disso, outras dezenas de urnas percorrem agências e concentrações bancárias para colher o voto da categoria.O objetivo é pressionar o Congresso Nacional a convocar uma constituinte sobre o tema.
Nas ruas – Instalada em todos os estados brasileiros, a consulta popular ganha força e conta com novos pontos de coleta de votos, por iniciativa de movimentos locais em pequenas e médias cidades. A divulgação do resultado está prevista para o dia 21 deste mês. Também dá para votar pela internet.
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“Quero votar, faço questão!”, afirmou o fotógrafo João Luís de Brito Neto ao avistar um dos postos de votação sob responsabilidade do Sindicato, localizado na Praça do Patriarca, centro de São Paulo.
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“Eu acho que o Brasil avançou muito nos últimos anos, mas com limitações, por causa dos interesses financeiros de alguns, que conseguem influenciar a maioria dos deputados e senadores. Só com uma reforma política conseguiremos afastar essa interferência de poucos, mas que afeta a vida de um país inteiro”, acrescentou, ao votar sim pela instituição da Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político.
Opinião semelhante tem o advogado Leonino Cardoso Neto. “O financiamento público de campanha é fundamental para poder acabar com o poder econômico na política. Eu costumo dizer que no Congresso todos estão representados: banqueiros, empresários, fazendeiros, menos o povo”, ironizou.
Para dar uma ideia da discrepância representativa entre a sociedade e o Congresso Nacional, 47% dos parlamentares são egressos ou representam os interesses de latifundiários e empresários. Entretanto, 70% da população é composta de trabalhadores e camponeses.
Existem apenas 9% de Mulheres no Senado e na Câmara, mas o gênero compõe mais da metade da população brasileira. Apenas 8,5% dos congressistas são negros, sendo que 51% dos brasileiros se autodeclaram pertencentes a essa etnia. Os dados são do departamento intersindical de assessoria parlamentar, do Pnad 2012 e do Censo 2010.
Rodolfo Wrolli, com informações da CUT e da Rede Brasil Atual – 3/9/2014
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Congressistas de esquerda angariam votos de colegas para votação de decreto legislativo determinando consulta popular; plebiscito conquista terreno em pequenas e médias cidades
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