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Manifestações defendem pré-sal e Petrobras

Linha fina
Atos em frente às sedes da empresa no Rio e São Paulo destacam a importância da produção de petróleo para o futuro do país e o perigo de projetos políticos que ameaçam esse potencial
Imagem Destaque

São Paulo – Cerca de seis mil pessoas na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro realizaram ato em defesa do pré-sal e da Petrobras. A manifestação, na manhã de segunda 15, foi em frente à sede da empresa. “Estamos aqui para chamar a atenção da população para os benefícios do pré-sal, para demonstrar o quanto a Petrobras é importante para o desenvolvimento do país e, principalmente, porque no dia 5 de outubro vamos definir nas urnas os rumos que queremos para nosso país e disso também depende a soberania do nosso petróleo”, disse o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, em ato no Rio.

Além da FUP, participaram do ato as centrais sindicais CUT, CTB e UGT, e movimentos sociais e estudantis. Também houve manifestação em São Paulo, em frente ao prédio da Petrobras, na Avenida Paulista.

“Existem apenas dois projetos em disputa nessas eleições, não nos enganemos. Não existe terceira via. De um lado, os trabalhadores e aqueles que defendem um projeto de desenvolvimento nacional que aproveite as potencialidades do Brasil. Do outro, os outros”, criticou o presidente da CUT-RJ, Darby Igayara.

A estatal do petróleo é assunto presente nas campanhas presidenciais há décadas, e nas disputas de 2006, 2010 e 2014 insere-se como um elemento diferenciador entre os representantes do Partido dos Trabalhadores e os de oposição. Na disputa contra Geraldo Alckmin (PSDB), há oito anos, Lula (PT) acusou o oponente de trabalhar pela redução do tamanho da Petrobras e pelo repasse a mãos privadas do petróleo, numa linha de embate que vem se repetindo desde então.

Desta vez a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, critica o pouco espaço dedicado ao pré-sal no programa de governo de Marina Silva (PSB), segundo ela, uma mostra de que a candidata o relega a segundo plano. O documento cita os recursos em águas subterrâneas apenas uma vez e fala na necessidade de criar alternativas aos combustíveis fósseis.

Lula – O ex-presidente Lula participou do ato no Rio e também criticou as posições defendidas para o setor de petróleo pelos adversários de Dilma. Vestindo com uma camisa da Petrobras, Lula falou da “desfaçatez” com que a oposição pede hoje a “salvação” da estatal. “Vocês estão lembrados que, no governo deles, venderam praticamente 62% das ações das Petrobras em oito anos. Na verdade, o que eles queriam era entregar a Petrobras. Graças a Deus, os trabalhadores, o movimento sindical, o movimento social e os partidos de esquerda se mobilizaram e não deixaram fazer”, disse.

Lula destacou o orgulho que sente por ter sido em sua gestão que o pré-sal foi descoberto: “Lembro da tarde em que os companheiros Guilherme Estrella (então diretor de Exploração e Produção da Petrobras) e José Sérgio Gabrieli (então presidente da empresa) entraram na minha sala com uns mapas coloridos, para me dizer que a Petrobras tinha encontrado o pré-sal. Eu fui para casa e, conversando com a Marisa, eu disse: não é possível que eu tenha nascido com o ‘negócio’ pra lua, porque foi na minha gestão que conquistamos a autossuficiência e que nós anunciamos a maior descoberta de petróleo contemporânea feita em todo o planeta Terra.”

O ex-presidente lembrou que 75% dos royalties do pré-sal irão para a educação e 25% para a saúde, e questionou: “Quem é que não quer que vá adiante esse projeto estratégico da Petrobras? Quem é que não quer que a gente cumpra a meta de chegar a 4 milhões de barris de petróleo em 2020? Quem é que não quer que a gente construa as refinarias neste país para podermos exportar produtos com valor agregado e não apenas óleo cru como eles pensavam? Quem é que não gosta do fato de termos aprovado o regime de partilha para o pré-sal para transformar essa riqueza em uma riqueza do povo brasileiro? Quem é que está incomodado por termos criado uma empresa pública estatal para tomar conta desse petróleo? Certamente não é nenhum trabalhador brasileiro. Certamente não é nenhum brasileiro que ama esse país”.

Produção – A Petrobras iniciou a exploração do pré-sal em 2006 e oito anos depois já superou a marca de meio milhão de barris por dia. A produção acumulada ultrapassa 360 milhões de barris e, entre 2010 e 2014, a média de produção diária dos reservatórios cresceu dez vezes, passando de 42 mil barris para 411 mil. Atualmente, a província do pré-sal já corresponde a 20% do total da nossa produção e, segundo a Petrobras, chegará a 52% em 2018.

O site da estatal destaca ainda o volume de negócios gerado pelo pré-sal, cuja demanda por navios, plataformas, sondas e tudo mais que envolve a exploração e produção na área “procura aproveitar ao máximo a produção da indústria nacional”.


Redação, com informações da Rede Brasil Atual e CUT - 16/9/2014
 

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