Pular para o conteúdo principal

Segue apuração do plebiscito pela reforma política

Linha fina
Quadra dos Bancários sedia contagem de votos dos cidadãos que participaram da consulta sobre instauração de assembleia constituinte para propor mudanças no sistema político eleitoral
Imagem Destaque

São Paulo – O resultado do plebiscito popular pela reforma política será conhecido no dia 22, junto com um documento assinado pelas mais de 400 entidades que se engajaram na campanha, dentre elas o Sindicato. Em São Paulo, a coleta dos votos depositados nas urnas espalhadas pela cidade está sendo realizada entre os dias 8 e 9, na Quadra dos Bancários.

Os brasileiros em todos os estados tiveram a semana da Pátria (1º e 7 de setembro), mais a segunda-feira 8, para opinar se o Congresso Nacional deve convocar uma assembleia constituinte exclusiva e soberana para  votar mudanças no sistema político atual.

Os eleitos pelo povo para a assembleia deverão discutir questões como a representatividade no Parlamento, mecanismos de democracia direta e o fim do financiamento privado de campanhas políticas que, segundo os organizadores do plebiscito, favorecem as candidaturas mancomunadas com interesses financeiros de grandes corporações.

Para Ricardo Gebrim, da Coordenação Nacional da Campanha pelo Plebiscito, a perspectiva é que a votação ultrapasse 10 milhões de votos, número atingido pela consulta à população brasileira que rechaçou a instalação de uma Área de Livre Comércio das Américas (Alca), em 2002, conforme propunha o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Ele confere essa perspectiva à maior quantidade de urnas em áreas centrais das cidades, que possibilitaram a coleta de até quatro mil votos por dia, além da alternativa de votação pela internet e, principalmente, ao engajamento maior do movimento sindical.

“Os trabalhadores abraçaram a campanha, basta ver a quantidade de sindicatos que levaram urnas para fábricas e outras unidades produtivas. A quantidades de comitês também é maior, especialmente os locais, aqueles localizados em bairros, associações de moradores, ocupações, igrejas. Hoje são mais de dois mil comitês. Todos os estados estão otimistas em ultrapassar a meta”, enumerou Gerbrim.

Porém, avalia, se por um lado os movimentos estão mais mobilizados em transformar a política, a velha mídia parece mais interessada em manter a situação exatamente como está. “No plebiscito da Alca, havia mais espaço para debate porque era um tema onde não havia consenso. Eu lembro que fizemos um evento em São Paulo com a presença do então vice-presidente da Globo, Evandro Guimarães, que falou mal. A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) tinha contradição. Agora, não, tem um corte político mais definido, eles sabem bem de qual lado estão.”

A secretária de Imprensa da CUT São Paulo, Adriana Magalhães, alerta que o plebiscito acaba, mas a luta pela reforma política continua. “Encerramos uma intensa mobilização nas ruas do Brasil que nos ajudou a refletir sobre quem nos representa no Congresso. Sabemos que os empresários e o agronegócio estão articulados para aprovar a terceirização sem limites. Nas eleições, não podemos votar em candidatos que não apoiam a classe trabalhadora”, conclui.


Redação, com informações da CUT – 9/9/2014

seja socio