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Mulheres na categoria bancaria vão levar 88 anos para igualar salários com os homens

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Terceira rodada de negociação com os bancos tratou do tema igualdade de oportunidades; ultima rodada acontece dia 16
Imagem Destaque

Na terceira rodada de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada nesta quarta-feira (09), o Comando Nacional dos Bancários reivindicou oportunidades iguais para toda a categoria. A última rodada de negociação acontece no dia 16, com o tema remuneração.

“No ritmo de correção das distorções vai demorar 88 anos para que as mulheres passem a receber salários iguais aos homens nos bancos. E na região Sudeste, onde a diferença salarial de gênero é ainda maior, demoraria 234 anos para as mulheres atingirem a mesma remuneração dos homens”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional. “Apesar das nossas reivindicações, os bancos negam a realidade e dizem que a categoria já avançou muito e que a promoção é feita por meritocracia e competência.  Eles querem dizer que as mulheres e negros não são competentes ou o sistema não funciona? Na nossa avaliação é preciso critérios claros para acabar com a desigualdade salarial“. 

“As negociações tem sido difíceis. Os bancos continuam a ter altos lucros e vão ter que atender as nossas reivindicações. Mobilização para isso já temos. Os nossos sindicatos e federações, com a nossa histórica unidade, tem conversado muito com os bancários e as bancárias nos locais de trabalho e estão mobilizados para a luta. Com isso, tenho certeza que vamos continuar o nosso ciclo de ganhos reais e vamos avançar em novas conquistas", disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e um dos coordenadores do Comando Nacional.

RAIS - De acordo com dados do Ministério do Trabalho (RAIS), em 1994, a remuneração das bancárias correspondiam a 78,9% da remuneração dos homens. Em 2014 essa proporção caiu para 76%.
Censo - Essa situação foi apurada também pelo Censo da Diversidade, conquistado pelos bancários e cujos primeiros resultados foram divulgados em 2009.  Em sua segunda edição, de 2014, o Censo aponta que a discriminação nas instituições financeiras continuam. Pessoas com deficiência (PCDs), por exemplo, são apenas 3,6% da categoria. Assim, nem mesmo a cota de 5% prevista em lei estaria sendo cumprida pelos bancos.


Outros dados Censo 2014:
As mulheres recebem 77,9% do salário médio dos homens, apenas 1,5 ponto percentual a mais em relação ao I Censo, promovido em 2008.


No Censo 2014, a categoria tinha 3,4% de pretos e 21,3% de pardos. Sendo que na PEA (População Economicamente Ativa)  esses percentuais são de 7,4% e 35,6%, respectivamente.

Entre as mulheres, apenas 19,9% apresentaram mais de três movimentações na carreira. Para os homens esse número sobe para 31,7%.

Do total de 458.922 trabalhadores dos 18 bancos que participaram do II Censo, responderam ao questionário 187.411 bancários, o que significa 41%, dos quais 51,7% de homens e 48,3% de mulheres.

Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São mais de 500 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Nos últimos onze anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2014 de 20,07%: sendo 1,50% em 2009; 3,08% em 2010; 1,50% em 2011, 2% em 2012, 1,82% em 2013 e 2,02% em 2014.

Principais reivindicações da Campanha Nacional Unificada 2015:
• Reajuste Salarial de 16%, sendo 5,7% de aumento real, além da inflação projetada de 9,75%
• PLR – três salários mais R$ 7.246,82
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 3.299,66)
• Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá  – Salário Mínimo Nacional (R$ 788);
• 14º salário
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
• Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho
• Mais segurança nas agências bancárias


Cecilia Negrão
Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
(11) 3188-5212 ou (11) 99485-4868
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Secretaria de Imprensa da Contraf-CUT
Contatos: (11) 3107-2767/Gerson (11) 99779-1679

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