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São Paulo – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) deixou de participar de reunião na quinta 10 com a direção da Petrobras para dar andamento à campanha salarial deste ano. A data-base dos petroleiros é 1º de setembro. A recusa da federação se deu por conta de a empresa defender a adoção de um novo modelo de negociação, segmentado pelas subsidiárias da companhia.
“Nós estamos querendo discutir outras coisas com a Petrobras, que é a nossa pauta política”, afirmou o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, destacando que a campanha deste ano está mobilizada no sentido de fazer oposição ao plano de negócios e gestão da empresa, que pretende vender US$ 50 bilhões em ativos para sua recuperação depois do impactos da Operação Lava Jato e da queda do preço do petróleo no mercado internacional.
“A proposta reforça na categoria o sentimento que temos de lutar para mudar a política, porque o que está colocado hoje – e o que mandaram como proposta é o espelho disso – é simplesmente a empresa puxar o freio de mão, virar o carro e retroceder 12 anos, ao nível de 2002. E nós não temos como permitir isso”, afirma Rangel.
“O valor da companhia hoje está em torno de US$ 150 bilhões, então, eles querem vender um terço da companhia. É algo brutal, e isso reforça a nossa opção pela greve política”, diz Rangel, destacando que na sexta 11 a FUP realizaria uma reunião estratégica para avaliar os rumos da mobilização. “Estamos caminhando na construção da greve nacional, não tenha dúvida disso.”
A ideia de segmentar a negociação surgiu da própria Petrobras, inspirada no fato de o novo presidente da companhia, Aldemir Bendini, ser egresso do setor bancário, no qual são realizadas as negociações em separado entre os bancos públicos e privados. “Estão tentando implementar o mesmo modelo na Petrobras, só que a empresa é integrada. Então, o negócio do abastecimento influencia no negócio da Transpetro, da BR Distribuidora, enfim, não há como fazer uma discussão de acordo coletivo em separado”, afirma.
O principal prejuízo que a categoria teria com isso é a diferenciação de direitos. “Os trabalhadores da holding Petrobras terão mais direitos do que os trabalhadores das subsidiárias, não tenho a menor dúvida disso. E muitas vezes você trabalha no mesmo prédio, você segue de um lugar para outro e tem trabalhador da Petrobras que é cedido à Transpetro e aí você vai ter trabalhador ao lado de outro com direitos diferentes, quer dizer, você vai criar um problema enorme para a estrutura da companhia”, defende.
A proposta da FUP como alternativa ao plano da empresa é o governo federal financiar os projetos da Petrobras, como foi feito em 2008 nos Estados Unidos, quando o governo de Barack Obama colocou US$ 30 bilhões na General Motors, que estava para quebrar, mesmo se tratando de uma empresa do setor privado. “Agora você traz isso para a realidade nossa, e uma empresa como a Petrobras, que é do governo, e movimenta 13% do PIB, tem em sua cadeia produtiva cerca de 1,5 milhão de empregos, parece completamente fora de propósito o governo não chamar para ele a responsabilidade de financiar os projetos da companhia.”
Helder Lima, da Rede Brasil Atual - 11/9/2015
“Nós estamos querendo discutir outras coisas com a Petrobras, que é a nossa pauta política”, afirmou o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, destacando que a campanha deste ano está mobilizada no sentido de fazer oposição ao plano de negócios e gestão da empresa, que pretende vender US$ 50 bilhões em ativos para sua recuperação depois do impactos da Operação Lava Jato e da queda do preço do petróleo no mercado internacional.
“A proposta reforça na categoria o sentimento que temos de lutar para mudar a política, porque o que está colocado hoje – e o que mandaram como proposta é o espelho disso – é simplesmente a empresa puxar o freio de mão, virar o carro e retroceder 12 anos, ao nível de 2002. E nós não temos como permitir isso”, afirma Rangel.
“O valor da companhia hoje está em torno de US$ 150 bilhões, então, eles querem vender um terço da companhia. É algo brutal, e isso reforça a nossa opção pela greve política”, diz Rangel, destacando que na sexta 11 a FUP realizaria uma reunião estratégica para avaliar os rumos da mobilização. “Estamos caminhando na construção da greve nacional, não tenha dúvida disso.”
A ideia de segmentar a negociação surgiu da própria Petrobras, inspirada no fato de o novo presidente da companhia, Aldemir Bendini, ser egresso do setor bancário, no qual são realizadas as negociações em separado entre os bancos públicos e privados. “Estão tentando implementar o mesmo modelo na Petrobras, só que a empresa é integrada. Então, o negócio do abastecimento influencia no negócio da Transpetro, da BR Distribuidora, enfim, não há como fazer uma discussão de acordo coletivo em separado”, afirma.
O principal prejuízo que a categoria teria com isso é a diferenciação de direitos. “Os trabalhadores da holding Petrobras terão mais direitos do que os trabalhadores das subsidiárias, não tenho a menor dúvida disso. E muitas vezes você trabalha no mesmo prédio, você segue de um lugar para outro e tem trabalhador da Petrobras que é cedido à Transpetro e aí você vai ter trabalhador ao lado de outro com direitos diferentes, quer dizer, você vai criar um problema enorme para a estrutura da companhia”, defende.
A proposta da FUP como alternativa ao plano da empresa é o governo federal financiar os projetos da Petrobras, como foi feito em 2008 nos Estados Unidos, quando o governo de Barack Obama colocou US$ 30 bilhões na General Motors, que estava para quebrar, mesmo se tratando de uma empresa do setor privado. “Agora você traz isso para a realidade nossa, e uma empresa como a Petrobras, que é do governo, e movimenta 13% do PIB, tem em sua cadeia produtiva cerca de 1,5 milhão de empregos, parece completamente fora de propósito o governo não chamar para ele a responsabilidade de financiar os projetos da companhia.”
Helder Lima, da Rede Brasil Atual - 11/9/2015