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Brasília - A Câmara dos Deputados tem se tornado cada vez menos a Casa do povo e cada vez mais a casa de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Nesta quarta-feira 2, faltando apenas duas horas para o lançamento de um estudo da CUT (Central Única dos Trabalhadores) sobre projetos que afetam a classe trabalhadora, os dirigentes sindicais foram informados sobre o cancelamento do evento, marcado para as 14h.
A Central apresentaria uma proposta de Agenda Legislativa como contraponto à Agenda Brasil, apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Entre os temas a serem discutidos constam a redução do salário, negociação coletiva e direito de greve no setor público e terceirização.
A alegação do atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi a de que a Casa estava cheia. No dia anterior, Cunha já havia cortado a fala do deputado federal Afonso Florence (PT-BA) sobre não fechar a Casa para o movimento sindical e sinalizou baixar medida para proibir eventos sindicais.
Diante da truculência da Câmara, a CUT negociou com o senador Paulo Paim (PT-RS) e fez o lançamento do estudo durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado (foto), liderada pelo parlamentar.
Para secretária de Relações do Trabalho da Central, Graça Costa, a medida parece uma retaliação a críticas que o movimento sindical tem feito, principalmente relacionados a projetos que prejudicam direitos trabalhistas.“Ele é um representante legítimo da classe empresarial e é um grande desafio lidar com alguém que é autoritário e tem concepção de patrão ruim. Cunha não respeita a democracia. Ele não manda em tudo, mas agora ele radicalizou porque viemos apresentar apenas um documento que tem projetos que consideramos importantes para os trabalhadores”, afirma.
> Áudio: ouça relato de Graça Costa dado à Rádio Brasil Atual
Graça lembrou que, ao contrário do tratamento dado à CUT, empresários e a Força Sindical realizaram atividade na mesma semana no Congresso. “Todas as vezes somos tratados com bomba e violência. No debate feito ontem, Cunha fala sobre proibição de atividades do movimento sindical na Câmara, mas não é isso que a Constituição diz. Parlamento é para fazer o debate. Aqui nós somos honestos, quem está sendo investigado é ele”, disse.
O objetivo da agenda apresentada pela CUT é virar a mesa do jogo a favor dos trabalhadores, afirmou Graça, durante audiência no Senado, ao também comentar que, de fevereiro até este momento, são inúmeros os retrocessos contra a democracia como reforma política não popular, a redução da maioridade penal, a formalização de trabalhadores, rotatividade e terceirização. O documento apresenta projetos que a Central considera como prioritários.
O secretário de Organização e Política Sindical, Jacy Afonso de Melo, critica o autoritarismo de Cunha e se lembra da década de 1960. “Ele usa os mesmos instrumentos que eram usados pela ditadura, de impedir o povo de participar das atividades legislativas. Muito nos estranha que esta seletividade é sempre quando a CUT faz uma atividade na Câmara dos Deputados. Cunha como presidente de um dos poderes da República deveria ser um dos principais interlocutores da democracia e não o contrário”, diz o dirigente.
Marcaram presença diversos parlamentares como o deputado federal Enio Verri (PT-PR), que classificou o documento como algo a ser avaliado constantemente. Durante a audiência, os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Fátima Bezerra (PT-RN) repudiaram o cancelamento na Câmara e garantiram compromisso com a agenda.
Luiz Carvalho, da CUT, com edição da Redação - 2/9/2015
(Atualizado às 17h44)
A Central apresentaria uma proposta de Agenda Legislativa como contraponto à Agenda Brasil, apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Entre os temas a serem discutidos constam a redução do salário, negociação coletiva e direito de greve no setor público e terceirização.
A alegação do atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi a de que a Casa estava cheia. No dia anterior, Cunha já havia cortado a fala do deputado federal Afonso Florence (PT-BA) sobre não fechar a Casa para o movimento sindical e sinalizou baixar medida para proibir eventos sindicais.
Diante da truculência da Câmara, a CUT negociou com o senador Paulo Paim (PT-RS) e fez o lançamento do estudo durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado (foto), liderada pelo parlamentar.
Para secretária de Relações do Trabalho da Central, Graça Costa, a medida parece uma retaliação a críticas que o movimento sindical tem feito, principalmente relacionados a projetos que prejudicam direitos trabalhistas.“Ele é um representante legítimo da classe empresarial e é um grande desafio lidar com alguém que é autoritário e tem concepção de patrão ruim. Cunha não respeita a democracia. Ele não manda em tudo, mas agora ele radicalizou porque viemos apresentar apenas um documento que tem projetos que consideramos importantes para os trabalhadores”, afirma.
> Áudio: ouça relato de Graça Costa dado à Rádio Brasil Atual
Graça lembrou que, ao contrário do tratamento dado à CUT, empresários e a Força Sindical realizaram atividade na mesma semana no Congresso. “Todas as vezes somos tratados com bomba e violência. No debate feito ontem, Cunha fala sobre proibição de atividades do movimento sindical na Câmara, mas não é isso que a Constituição diz. Parlamento é para fazer o debate. Aqui nós somos honestos, quem está sendo investigado é ele”, disse.
O objetivo da agenda apresentada pela CUT é virar a mesa do jogo a favor dos trabalhadores, afirmou Graça, durante audiência no Senado, ao também comentar que, de fevereiro até este momento, são inúmeros os retrocessos contra a democracia como reforma política não popular, a redução da maioridade penal, a formalização de trabalhadores, rotatividade e terceirização. O documento apresenta projetos que a Central considera como prioritários.
O secretário de Organização e Política Sindical, Jacy Afonso de Melo, critica o autoritarismo de Cunha e se lembra da década de 1960. “Ele usa os mesmos instrumentos que eram usados pela ditadura, de impedir o povo de participar das atividades legislativas. Muito nos estranha que esta seletividade é sempre quando a CUT faz uma atividade na Câmara dos Deputados. Cunha como presidente de um dos poderes da República deveria ser um dos principais interlocutores da democracia e não o contrário”, diz o dirigente.
Marcaram presença diversos parlamentares como o deputado federal Enio Verri (PT-PR), que classificou o documento como algo a ser avaliado constantemente. Durante a audiência, os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Fátima Bezerra (PT-RN) repudiaram o cancelamento na Câmara e garantiram compromisso com a agenda.
Luiz Carvalho, da CUT, com edição da Redação - 2/9/2015
(Atualizado às 17h44)