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Cem mil na Avenida Paulista contra Temer

Linha fina
Convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, ato cobrou ainda eleições presidenciais diretas e nenhum direito e menos; PM reprimiu manifestantes com bombas
Imagem Destaque
Redação Spbancarios, com informações da Rede Brasil Atual
5/9/2016


São Paulo – Cerca de 100 mil pessoas, segundo os organizadores, marcharam no domingo 4 da Avenida Paulista até o Largo da Batata em protesto contra o golpe que  cassou o mandato de Dilma Rousseff, contra o agora presidente Michel Temer, por nenhum direito a menos e pela realização de eleições presidenciais diretas.

“É o Fora Temer e esse desgoverno ilegítimo; nenhum direito a menos, porque o que se apresenta é a retirada de direitos dos trabalhadores e sociais e da democracia; e o povo quer lutar. Consideramos esse governo ilegítimo e seria importante, para voltar à normalidade democrática, que a população pudesse ser atendida em uma votação direta para legitimar o governo”, explicou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.

Uma nova manifestação foi marcada para quinta-feira 8, às 17h, com concentração no Largo da Batata e marcha até a casa de Michel Temer, no Alto de Pinheiros.

Repressão – Pouco tempo após o ato ser encerrado no Largo da Batata pelos organizadores, que ressaltaram aos presentes a importância de não se envolver em confrontos com policiais na dispersão, a Polícia Militar atacou com bombas os manifestantes, que já se preparavam para deixar o local.

Mesmo antes do início da manifestação, a PM deu mostras de que haveria repressão. Vinte e seis pessoas que iriam participar do protesto foram detidas, sob alegação de que carregavam pedras, no Centro Cultural São Paulo, na Rua Vergueiro, e levadas para o Departamento de Investigações Criminais de São Paulo (Deic). Até o momento, todos continuam presos, inclusive menores de idade.  

Proibição – Dias antes da sua realização, o protesto convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo foi imerso em polêmica. Na quinta-feira 1º, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo emitiu nota na qual afirmava que protestos na Avenida Paulista estariam proibidos no domingo 4. A justificativa alegada foi a passagem da tocha paraolímpica pelo local.

Entretanto, na sexta-feira 2, após intervenção do prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, a Secretaria emitiu nova nota por meio da qual liberava a manifestação com a condição de ter início às 16h30, para não concorrer com a passagem da tocha. Assim foi feito e o ato transcorreu pacificamente por cerca de cinco horas, até a intervenção policial no Largo da Batata.
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