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Greve: bancos não fazem nova proposta há dez dias

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Paralisação completa 14 dias nesta segunda-feira (19), com mobilização em todo o país
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Um balanço feito pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região mostra que 1118 locais de trabalho, sendo oito centros administrativos e 1110 agências fecharam nesta segunda-feira (19), décimo quarto dia de greve dos bancários, na base do Sindicato (São Paulo, Osasco e Região). Estima-se que mais de 30 mil trabalhadores participaram das paralisações.<?xml:namespace prefix = "o" ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />


Durante todo o período de greve, o autoatendimento continua funcionando normalmente.

 

“Por que os bancos continuam lucrando com a economia estagnada? Como as instituições financeiras são as principais detentoras dos títulos da dívida pública elas ganham muito dinheiro com a alta da taxa Selic e aumentam também as taxas de juros bancárias. Ou seja, ganham cobrando altos juros dos clientes. E ganham também reduzindo seu quadro de funcionários: foram eliminados mais de sete mil postos de trabalho (7.897) nos primeiros seis meses do ano. Com um lucro de R$ 30 bi dos bancos no trimestre, você acha que os bancos não têm condições de dar aos trabalhadores um aumento justo?”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

 

Mobilização - Data-base dos bancários é 1º de setembro. A categoria entregou pauta com as reivindicações no dia 09 de agosto e, após cinco rodadas de negociação com a federação dos bancos (Fenaban), não houve acordo para o índice de reajuste e demais reivindicações. No dia 30/08 os bancos apresentaram proposta com reajuste de 6,5% com R$3.000 de abono para os trabalhadores. Categoria, após assembleias realizadas em todo o país no dia 01/09, rejeitou proposta e greve teve início no dia 06/09. A segunda proposta aconteceu no dia 09/09, com reajuste de 7% (com 2,39% de perda salarial) e abono de R$3.300, rejeitada na mesa de negociação. Outras duas reuniões: 13 e 15/09 não houve mudança na proposta.

 

 

Direito de greve - O direito de greve está previsto na Constituição Federal e prevê algumas exigências, como a publicação de aviso de greve em jornal de grande circulação. O Comando Nacional dos Bancários também encaminhou às instituições financeiras o calendário até a deflagração da greve (por lei, a greve deve ser aprovada em assembleia dos trabalhadores e, após isso, comunicada ao empregador com antecedência de 72 horas). Essas determinações da lei foram rigorosamente seguidas pelo Sindicato. Para o empregador, a Lei de Greve proíbe a dispensa de trabalhadores ou a contratação de funcionários substitutos durante o período de paralisação.

 

Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São cerca de 512 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Representa trabalhadores dos bancos públicos e privados que atuam nos seguintes municípios: São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Caucaia do Alto, Cotia, Embu, Embu Guaçu, Itapecerica da Serra, Itapevi, Jandira, Juquitiba, Pirapora do Bom Jesus, Santana do Parnaíba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra, Vargem Grande Paulista.

 

Nos últimos doze anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2015 de 20,85% e 42,1% no piso.


 

Principais reivindicações Campanha Nacional Unificada 2016:
•      Reajuste Salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real, com inflação de 9,31%
•      PLR – três salários mais R$ 8.297,61
•      Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24)
•      Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá  – Salário Mínimo Nacional (R$ 880)
•      14º salário;
•      Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários;
•      Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho
•      Melhores condições de trabalho nas agências digitais
•      Mais segurança nas agências bancárias
•      Auxílio-educação

 

 

Proposta Federação Nacional dos Bancos (Fenaban): dia 09/09
Pagamento de um abono no valor R$ 3,3 mil para todos os bancários e um índice de reajuste dos salários e benefícios de 7% (perda real de 2,39%).

 

Como é hoje:

Piso escritório após 90 dias - R$1.976,10

Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.669,45

PLR – Regra básica: 90% do salário + 2.021,79 (podendo chegar a 2,2 salários) e parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido linearmente entre os trabalhadores, com teto de R$ 4043,58

Auxílio-refeição: R$ 29,64 por dia

Auxílio cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 491,52

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 394,70

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 337,66

 

 

Cecilia Negrão
Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região - 
(11) 99610-5594
[email protected]

 

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