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Chapéu
Fundo de pensão

Deficit nos planos da Funcef cresce 11,8%

Linha fina
Desequilíbrio acumulado já chega a R$ 7,34 bilhões até junho. Contencioso “oculto” já chega a R$ 17,1 bilhões e preocupa os participantes
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Arte: Fenae

O balancete de junho – já ,concluído porém divulgado de forma muito discreta pela Funcef – indica deficit R$ 775,4 milhões maior em comparação com dezembro de 2017. Somados todos os planos, o deficit acumulado até junho já chega a R$ 7,34 bilhões, 11,8% superior aos R$ 6,57 bilhões registrados até o encerramento do ano passado. As informações são da Fenae.

Se for considerado o consolidado de todos os planos, os ativos investidos tiveram variação negativa de 0,06%, com rentabilidade total de 3,57%, ou seja, 1,28 ponto porcentual inferior à meta atuarial para o período, que era de 4,85%. A valorização dos investimentos ficou aquém da rentabilidade mínima esperada, mesmo com a revisão da meta atuarial, de 5,5% para 4,5%, implementada em janeiro.

Contencioso continua crescendo

O contencioso continua pesando nos resultados dos planos de benefícios. O valor aprovisionado na rubrica “perda provável” – que compreende as ações judiciais cuja perda já é esperada por parte do departamento jurídico da Funcef – é de R$ 1,4 bilhão até junho de 2018, valor 1,1% superior ao R$ 1,427 bilhões de dezembro de 2017.

Contudo, o chamado “contencioso oculto” continua em patamar assustador. O valor relativo às ações de “perda possível” – que inclui as ações com probabilidade de perda avaliada em 50% – alcançou R$ 17,1 bilhões em junho de 2018. Como esse tipo de passivo não precisa ser contabilizado nem provisionado, a informação permanece restrita às chamadas notas explicativas.

Se metade desse valor se converter em perda, como espera o jurídico da Funcef, serão mais R$ 8,5 bilhões a engrossar a conta do déficit. Somadas, todas essas demandas judiciais chegam a quase R$ 19 bilhões.

“Este déficit traz uma série de prejuízos para os participantes. A Funcef não faz o seu papel, que é o de cobrar junto à Caixa a parte do contencioso que cabe ao banco público. Essa conta não é nossa, é da Caixa Econômica Federal, e a gente vem batendo nesta tecla há bastante tempo”, frisou Valter San Martin, dirigente sindical e conselheiro da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar).

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