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Os bancários decidiram pela greve após sete rodadas de negociação – a primeira realizada em 10 de agosto – em que os banqueiros mantiveram a postura de negar aumento real de salários aos seus funcionários.
“Os banqueiros empurraram os bancários para a greve. Nossa data-base é 1º de setembro, já estamos em outubro e eles se recusam a aumentar os salários dos trabalhadores, apesar do lucro do setor ter crescido mais de 40% desde o ano passado. Não podemos aceitar isso”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.
Os caixas eletrônicos funcionarão normalmente. Os aposentados também receberão atendimento.
Propostas – O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) fizeram a última rodada de negociação no dia 3 de outubro. A proposta apresentada pelos banqueiros foi de reajuste salarial de 2,85% e participação nos lucros e resultados (PLR) de 80% do salário, mais R$ 823 de parte fixa (os R$ 800 pagos em 2005 corrigidos pelos 2,85% de reajuste proposto), além de um adicional de R$ 750 para os bancários de instituições que tiverem crescimento de 20% do lucro líquido ou mais. Na primeira proposta, a Fenaban ofereceu reajuste de 2% para as verbas salariais e PLR de 80% do salário, mais R$ 816, acrescidos de R$ 500, para os bancários de instituições que tiverem crescimento de 25% do lucro líquido, ou mais, em relação ao ano passado.
Histórico – A minuta dos bancários foi entregue no dia 10 agosto, quando aconteceu a primeira rodada e foram apresentadas as cláusulas prioritárias. Outras rodadas aconteceram nos dias 21 e 29 de agosto, 15, 19 e 27 de setembro e 3 de outubro. No Brasil há pouco mais de 400 mil bancários, 106 mil deles atuam na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A data-base é 1º de setembro.
Reivindicações – A categoria reivindica aumento real de salários de 7,05%, além da reposição da inflação, e participação maior nos lucros e resultados – de 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500. No ano passado, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento real), mais R$ 1.700 de abono e PLR mínima de 80% do salário mais R$ 800, após seis dias de greve no mês de outubro.
Além das cláusulas econômicas, os trabalhadores querem o fim do assédio moral e das metas abusivas; a isonomia de direitos entre trabalhadores aposentados, afastados e de bancos que sofreram fusões; a manutenção do emprego – por meio da proibição de dispensas imotivadas e da ampliação do horário de atendimento com dois turnos de trabalho – e a redução dos juros e das tarifas.
Também são consideradas prioritárias as cláusulas que reivindicam 14º salário; plano de cargos e salários para todos os trabalhadores; regramento da remuneração variável; aumento na gratificação de caixa; vale-alimentação de R$ 300; auxílio creche/babá de um salário mínimo; auxílio-educação para todos os funcionários; fim da terceirização de serviços; criação de comissão de segurança bancária; isenção de tarifas para todos os bancários; delegados sindicais em todos os bancos; programa de reabilitação profissional.