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No último levantamento realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, até as 18h desse quinto dia de greve (9/10) mais de 36 mil bancários paralisaram suas atividades em 494 locais de trabalho entre agências e centros administrativos. Foram 84 locais parados no Centro; 50 na região da Paulista; 122 na Zona Leste; 79 na Zona Oeste; 30 na Zona Sul; 48 na Zona Norte e 81 na região de Osasco. Funcionários de importantes centros administrativos e tecnológicos também aderiram à greve, a exemplo do Centro Tecnológico e Operacional do Itaú (CTO) e o Centro Administrativo do Unibanco (CAU). Pela manhã, o Bradesco Alphaville também parou.
Em São Paulo, Osasco e nos 15 municípios da região de Osasco que estão na base territorial do Sindicato, há cerca de 3 mil locais de trabalho e 106 mil bancários. Na quinta-feira, dia 5, primeiro dia de greve, 517 locais e cerca de 39 mil bancários permaneceram parados durante todo o dia. No dia 6, esse número cresceu para 555 locais e 40 mil trabalhadores.
Para o Sindicato, a redução no número de bancários parados é normal. “Toda segunda-feira é um recomeço. Os bancários passam o fim de semana recebendo ligações, sendo pressionados pelos gestores dos bancos para voltar ao trabalho e muitos acabam cedendo”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Ao longo da semana, se não houver negociação, os trabalhadores cansam dessa pressão e a adesão volta a aumentar. Sem proposta de aumento real de salários e participação nos lucros maior, a greve continua”, avalia.
Negociações – Representantes dos trabalhadores, da direção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal estão reunidos para debater questões específicas como planos de cargos e salários e caixas de assistência, além da participação nos lucros e resultados dos funcionários desses bancos. A reunião com o BB começou às 18h, e com a CEF, às 19h. Caso sejam apresentadas novas propostas, elas serão levadas aos trabalhadores em assembléias específicas desses bancos na terça-feira (10), em locais e horários a serem informados.
Nenhuma nova rodada de negociação foi anunciada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Histórico – A categoria decidiu pela greve por tempo indeterminado em assembléia realizada na noite de 4 de outubro e após sete rodadas de negociação em que os banqueiros mantiveram a postura de negar aumento real de salários aos seus funcionários. A minuta dos bancários foi entregue no dia 10 agosto, quando aconteceu a primeira rodada de negociação e foram apresentadas as cláusulas prioritárias. Outras rodadas aconteceram nos dias 21 e 29 de agosto, 15, 19 e 27 de setembro e 3 de outubro. No Brasil há pouco mais de 400 mil bancários, 106 mil deles atuam na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A data-base é 1º de setembro.
Propostas – O Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban fizeram a última rodada de negociação no dia 3 de outubro. A proposta apresentada pelos banqueiros foi de reajuste salarial de 2,85% e participação nos lucros e resultados (PLR) de 80% do salário, mais R$ 823 de parte fixa (os R$ 800 pagos em 2005 corrigidos pelos 2,85% de reajuste proposto), além de um adicional de R$ 750 para os bancários de instituições que tiverem crescimento de 20% do lucro líquido ou mais. Na primeira proposta, apresentada em 27 de setembro, a Fenaban ofereceu reajuste de 2% para as verbas salariais e PLR de 80% do salário, mais R$ 816, acrescidos de R$ 500, para os bancários de instituições que tiverem crescimento de 25% do lucro líquido, ou mais, em relação ao ano passado.
Reivindicações – A categoria reivindica aumento real de salários de 7,05%, além da reposição da inflação, e participação maior nos lucros e resultados – de 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500. No ano passado, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento real), mais R$ 1.700 de abono e PLR mínima de 80% do salário mais R$ 800, após seis dias de greve no mês de outubro.
Além das cláusulas econômicas, os trabalhadores querem o fim do assédio moral e das metas abusivas; a isonomia de direitos entre trabalhadores aposentados, afastados e de bancos que sofreram fusões; a manutenção do emprego – por meio da proibição de dispensas imotivadas e da ampliação do horário de atendimento com dois turnos de trabalho – e a redução dos juros e das tarifas.
Também são consideradas prioritárias as cláusulas que reivindicam 14º salário; plano de cargos e salários para todos os trabalhadores; regramento da remuneração variável; aumento na gratificação de caixa; vale-alimentação de R$ 300; auxílio creche/babá de um salário mínimo; auxílio-educação para todos os funcionários; fim da terceirização de serviços; criação de comissão de segurança bancária; isenção de tarifas para todos os bancários; delegados sindicais em todos os bancos; programa de reabilitação profissional.