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Após dia de forte mobilização, bancários decidem manter greve

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Sem proposta da federação dos bancos (Fenaban), trabalhadores decidem manter a greve que nesta terça-feira 6 de outubro chega ao seu 13ª dia, com passeata no fim do dia. A decisão foi tomada em assembleia da categoria, depois de os bancários de São Paulo, Osasco e região realizarem forte dia de greve que envolveu 46,6 mil trabalhadores, nessa segunda 5.

Desta vez as mobilizações foram concentradas nas agências bancárias da capital e da região da Avenida Paulista e nos prédios administrativos onde estão instalados os escritórios dos presidentes dos bancos. O ato foi uma resposta aos banqueiros já que os negociadores da Fenaban, após duas rodadas de negociações realizadas nos dias 1º e 2 de outubro, afirmaram que as simulações apresentadas sobre Participação nos Lucros e Resultados (PLR) seriam levadas à decisão dos donos dos bancos, em uma reunião que deveria ter acontecido nesta segunda. Mas essa reunião nem chegou a acontecer.

“A forte mobilização dos bancários é uma demonstração de que a categoria não aceita proposta rebaixada. O fim da greve está nas mãos dos banqueiros. Basta que os donos dos bancos apresentem uma proposta que preveja aumento real de salários e PLR maior e mais justa”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e membro do Comando Nacional dos Bancários.

Balanço - Nesta segunda-feira 5 de outubro, 12º dia de greve, 46,6 mil bancários foram abrangidos pela paralisação em 554 locais de trabalho. As mobilizações foram concentradas em prédios administrativos onde trabalham os presidentes dos bancos: Roberto Setubal, do Itaú Unibanco, no Centro Empresarial Itaú Conceição (Ceic), na estação Conceição do metrô; Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, na Cidade de Deus, em Osasco; Fábio Barbosa, do Santander na matriz do banco Real (adquirido pelo banco espanhol) nas proximidades da estação Trianon, na Avenida Paulista; J. Safra no Safra da Paulista, nas proximidades da estação Consolação do Metrô. Também ficaram fechados os prédios administrativos da Nossa Caixa (Rua do Tesouro, XV de Novembro, Líbero e Álvares Penteado e Praça da República), Unibanco (Patriarca e Boa Vista) Banco do Brasil (Complexo São João, Verbo Divino, Ipiranga, Compe e Gecex III) e Caixa Econômica Federal (São Joaquim, Brás, Sé e Rirop), além de agências.

Passeata – Os bancários realizam uma passeata nesta terça-feira 6 na região central da capital paulista, com concentração a partir das 16h30 em frente ao Complexo São João dos Banco do Brasil, esquina da Avenida São João com a Rua Libero Badaró.

Assembleia – Os bancários realizam nova assembleia nesta quarta-feira 7, às 17h, na quadra da categoria (Rua Tabatinguera, 192 – Sé) para decidir os rumos do movimento.

Reivindicações – A categoria reivindica 10% de reajuste salarial (sendo 5% de aumento real), Participação nos Lucros e Resultados (PLR) composta pelo pagamento de três salários, acrescidos de valor fixo de R$ 3.850. Os trabalhadores também querem a inclusão na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de uma cláusula de proteção ao emprego em caso de fusão. Os bancários exigem ainda o fim do assédio moral e das metas abusivas, práticas que provocam o adoecimento dos trabalhadores.

Dados da categoria – Os bancários são uma das poucas categorias no país que possuem acordo coletivo de trabalho com validade nacional. Todos os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. A categoria conta com 465 mil bancários no país, sendo 134 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
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